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Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro diz que pediria demissão caso fosse discutido golpe de estado

Anderson Torres afirmou não ter havido nenhuma discussão sobre abolição do Estado Democrático de Direito no governo

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Torres disse que Bolsonaro ficou depressivo após
eleições
Torres disse que Bolsonaro ficou depressivo após eleições Torres disse que Bolsonaro ficou depressivo após eleições (Marcos Oliveira/Agência Senado — arquivo )

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, disse que pediria demissão do cargo caso fosse discutido algum golpe de estado durante o período em que estava a frente da pasta. A declaração foi dada em depoimento à Polícia Federal, que teve o sigilo liberado nesta sexta-feira (15) pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. No depoimento à PF, Torres afirmou que em nenhuma oportunidade no Palácio da Alvorada tratou de “golpe de estado, abolição do Estado Democrático de Direito, Garantia de Lei e da Ordem, Estado de Sítio, Estado de Defesa, ou algo do gênero”.

Anderson Torres alegou também que desconhece qualquer monitoramento ao ministro Alexandre de Moraes, que teria sido acompanhado por sistema ilegal de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão Bolsonaro, assim como o ministro Gilmar Mendes e outras autoridades e políticos. O sistema permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses e teria sido usado cerca de 30 mil vezes pela Agência.

Torres disse ainda que depois do resultado do 2º turno das eleições, percebeu um “sentimento de decepção” em Jair Bolsonaro, e que o ex-presidente “desenvolveu um quadro de depressão em novembro de 2022, que terminou na redução de sua imunidade e o no desenvolvimento de uma erisipela [processo infeccioso na pele]”.

A respeito da minuta do golpe, o ex-ministro alegou que não sabe quando foi entregue ou quem a confeccionou e que “jamais levou aquele texto ao conhecimento do então Presidente da República ou de qualquer pessoa”. “Ele [o documento] ficou ali para ser descartado como lixo”.

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Após a divulgação do depoimento, a defesa do Anderson Torres disse que ele não participou de qualquer reunião com o ex-presidente Bolsonaro e os comandantes militares da época para tratar de quaisquer medidas antidemocráticas.

“O ex-ministro da Justiça, citado de modo genérico e vago por duas testemunhas, esclarece que houve grave equívoco nos depoimentos prestados. Nesse sentido, vai requerer nova oitiva e eventual acareação, além de outras providências necessárias à elucidação do caso”, afirmou.

Depoimentos

Os depoimentos prestados à PF foram liberados nesta sexta-feira (15) depois do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, levantar o sigilo dos documentos.

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