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R7 Brasília

Flagrantes de tráfico de drogas próximo a escolas no DF crescem 21,5% em 2023

Foram 107 casos computados no ano passado; contra 88 em 2022; Taguatinga é a região administrativa com mais registros

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

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Flagrantes envolvem principalmente homens de 18 a 24 anos

O número de flagrantes de tráfico de drogas próximo a escolas do Distrito Federal cresceu 21,5% em 2023 na comparação com o ano anterior. Os casos aumentaram de 88 em 2022 para 107 em 2023. Os dados são de levantamento exclusivo realizado pelo R7 via Lei de Acesso à Informação e consideram os flagrantes feitos pelos agentes até 100 metros dos muros das escolas da capital do país. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que aumento nos registros se deve à produtividade policial.

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As regiões administrativas com maior número de registros foram Taguatinga (51), Ceilândia (26) e Planaltina (6). No ano passado, dez cidades não registraram casos: Vicente Pires, Sol Nascente/Pôr do Sol, Lago Norte, São Sebastião, Cruzeiro, Águas Claras, Guará, Sobradinho I e II e Samambaia.

Considerando os últimos cinco anos, segundo informações da Polícia Civil, a maior parte dos envolvidos são jovens de 18 a 24 anos (409 casos de flagrantes), seguidos de pessoas de 25 a 35 anos (141 casos) e de adolescentes de 16 a 17 anos (134 casos).

Para a professora da Universidade de Brasília e especialista em Educação, Catarina de Almeida, os dados apontam para um risco tanto aos estudantes quanto à comunidade.


“A gente sabe de vários lugares do país, por exemplo, em que as áreas de disputa de tráfico de drogas se tornam um perigo iminente, inclusive para a vida e para a segurança dos estudantes. O debate no interior das escolas sobre questões de tráfico também pode trazer riscos, porque a unidade vira alvo dos traficantes”, analisa.

Catarina avalia que, além do perigo de os jovens terem acesso facilitado às substâncias, há o risco do crescimento da violência.


A escola deveria ser o espaço de garantia de segurança, e se em torno dela está se aproximando questões de tráfico, isso representa um perigo. É um assunto complexo que precisa de intervenção para garantir a integridade das crianças e jovens

(professora da Universidade de Brasília e especialista em Educação, Catarina de Almeida)

A especialista reforça que a questão do tráfico envolve a segurança pública. “É gravíssimo que a questão do tráfico de drogas se aproxime da escola e aumente cada vez mais. Obviamente que os traficantes estão tendo a escola como alvo, ou os sujeitos da escola como alvo. E quem pode evitar e acabar com isso são os profissionais da segurança, com um trabalho para evitar que a droga se aproxime do entorno escolar”, diz.

Atuação integrada

Questionada sobre o tema, a Secretaria de Segurança Pública do DF disse que as forças policiais atuam de forma integrada na implementação de medidas para aumentar a segurança próximo às instituições de ensino. Segundo a pasta, “o aumento de registros deste crime pode estar relacionado à produtividade policial”


“O Batalhão de Policiamento Escolar, da Polícia Militar, é um policiamento voltado prioritariamente a garantir a segurança da comunidade escolar em aproximadamente 1.600 estabelecimentos de ensino, públicos e privados, localizados em todas as regiões administrativas do DF, incluindo Taguatinga e Ceilândia (regiões com mais registros)”, informa a secretaria.

A pasta explicou que a atuação dos militares acontece em três eixos: comunitário, preventivo e repressivo. “Os policiais atuam, ainda, com palestras, eventos e reuniões que envolvem a comunidade escolar. As instituições de ensino do DF contam, também, com o policiamento feito por meio das unidades policiais militares com responsabilidade de área.”

Em relação ao trabalho das corporações, a Secretaria de Segurança Pública disse que a Polícia Militar oferece palestras em conselhos comunitários e o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas), que conta com atividades educacionais para prevenir o uso de drogas e da violência. A corporação também atua com equipes especializadas em áreas consideradas críticas, com intensificação do patrulhamento ostensivo e operações específicas.

A Polícia Civil oferece o Projeto Cabeça Feita, que busca prevenir o uso de drogas. A inciativa foi desenvolvida pelo Centro Piloto de Educação e Prevenção ao Uso de Drogas e é destinado a estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental I e II e do Ensino Médio. O projeto conta com visitas guiadas ao Museu de Drogas e ao Museu de Armas, bem como com unidade móvel do Museu Itinerante de Drogas.

O trabalho é reforçado pela Secretaria de Educação, que diz colaborar para prevenir os crimes. “Por isso, a pasta está em constante diálogo com a Secretaria de Segurança Pública para a elaboração das melhores políticas em prol da segurança de toda comunidade escolar”, diz a pasta.

Investigação policial

A Secretaria de Segurança Pública defendeu a importância do registro de ocorrências pela população para subsidiar a elaboração de estudos que indiquem dias, horários e locais de maior incidência dos crimes.

“Esses levantamentos são utilizados na elaboração de estratégias para o policiamento ostensivo da Polícia Militar do DF, bem como para a identificação e desarticulação de possíveis grupos especializados por parte da Polícia Civil do DF”.

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