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Governador do DF suspende férias do secretário de Segurança Pública dias antes do 7 de Setembro

Sandro Torres Avelar estava de férias desde 28 de agosto e teria folga até 22 de setembro; despacho foi publicado no Diário Oficial

Brasília|Giselle Santos, do R7, em Brasília

Medida saiu em edição extra do Diário Oficial
Medida saiu em edição extra do Diário Oficial

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), resolveu suspender as férias do secretário de Segurança Pública Sandro Torres Avelar dois dias antes das festividades do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em despacho, Ibaneis ressaltou que a decisão foi tomada "por necessidade do serviço" e assegurou que o secretário poderá usufruir o período restante, de 14 de novembro a 1º de dezembro. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial desta terça-feira (5).

O secretário de Segurança Pública do DF estava de férias desde 28 de agosto e teria folga até 22 de setembro. Ele volta ao trabalho em meio à preparação para o desfile do Dia de Independência, que vai contar com um esquema de segurança maior que o da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro.

Como forma de prevenir eventuais protestos ou atos de violência durante o evento, o governo do DF criou o Gabinete de Mobilização Institucional para acompanhar o andamento das festividades e pediu ao Ministério da Justiça apoio da Força Nacional durante o desfile, concedido pelo ministro Flávio Dino "para auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado, da União e do Distrito Federal, em atuação conjunta e articulada com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal".

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De acordo com o secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury, não há previsão de manifestações durante o feriado. "Até o momento, não registramos nada efetivo, nada organizado que possa de alguma maneira comprometer a segurança do 7 de Setembro", disse. "Posso prometer que no dia 7 de setembro não ocorrerá nada nem parecido, nada organizado, como o que aconteceu no passado", acrescentou ele, em referência aos atos extremistas do 8 de Janeiro que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes.

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A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) espera a participação de 30 mil pessoas nos eventos do dia 7 de setembro. Segundo a pasta, o desfile terá quatro eixos temáticos, e temas como a vacinação e a defesa da Amazônia vão ganhar destaque. O tradicional show aéreo da Esquadrilha da Fumaça deverá ser um dos pontos altos do evento.

Férias inoportunas

Esta não é a primeira vez que um secretário de Segurança Pública do DF tira férias em momentos que poderiam ser considerados inoportunos. Durante o 8 de Janeiro, enquanto os atos extremistas tomavam conta da Esplanada dos Ministérios, o então titular da pasta, Anderson Torres, estava em viagem aos Estados Unidos.

Segundo o governador Ibaneis, o ex-secretário teria viajado sem avisar e sem estar de férias. O chefe do Executivo local só soube da viagem quando Torres desembarcou, na Flórida, após sucessivas tentativas de ligação. Como resposta, Ibaneis ouviu que a viagem foi feita poucos dias antes do início oficial das férias por conta do baixo valor das passagens.

Nomeado interventor federal no DF após o 8 de Janeiro, Ricardo Cappelli também atribuiu a responsabilidade pelas invasões do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal à gestão de Torres. "As férias dele, publicadas no Diário Oficial, valiam a partir do dia 9. Então, no dia 8, o secretário de segurança do Distrito Federal era formalmente o senhor Anderson Torres", afirmou Cappelli. Além de ser exonerado do cargo, Anderson Torres teve a prisão decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Nessa época, a organização de uma manifestação de extremistas no DF, com o envio de caravanas de outros estados, já era de conhecimento das autoridades de segurança, uma vez que as mobilizações eram feitas por meio das redes sociais. 

Em depoimento à CPMI que apura os atos do 8 de Janeiro no Congresso Nacional, o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha afirmou que foram emitidos 33 alertas de inteligência, entre 2 e 8 de janeiro deste ano, informando as autoridades sobre o risco de ataques às sedes dos Três Poderes. Entre elas estava o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, o general Gonçalves Dias.

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Ainda assim, mensagens obtidas pelo R7 revelam que, ao longo dos dias que antecederam o 8 de Janeiro, a própria cúpula da Abin não acreditava no potencial dos ataques na Esplanada, mesmo tendo acesso ao planejamento dos extremistas, feito em redes sociais e no acampamento em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. Dois dias antes dos atos, o risco de uma ação violenta chegou a ser apontado como "bravata" pela Abin.

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