Governadora do DF diz ser contra criação da Guarda Nacional
Proposta de abertura força de segurança é de Dino e será avaliada por Lula; Celina Leão acredita que PM 'dá conta'
Brasília|Plínio Aguiar e Hellen Leite, do R7, em Brasília
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, afirmou, nesta sexta-feira (27), ser contrária à criação de uma Guarda Nacional — a ideia tem sido avaliada pela administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Nós não concordamos com a criação dessa guarda. É mais uma força de segurança para ser administrada aqui pelo governo do Distrito Federal, mesmo que seja em parceria com o governo federal. A nossa Polícia Militar dá conta, sim", afirmou Leão.
"O que faltou no dia 8 de janeiro realmente foi um comando. A Polícia Militar nunca faltou em todas as manifestações que teve aqui. Então nós não concordamos com a criação dessa guarda", completou.
A criação da Guarda Nacional foi apresentada ao presidente da República nesta quinta-feira (26) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na esteira dos ataques às sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, em 8 de janeiro.
O objetivo é aumentar a segurança dos prédios públicos instalados na capital federal e evitar novos ataques. Qualquer alteração de legislação, porém, deve ser aprovada pelo Congresso Nacional. Dessa forma, Lula vai avaliar as sugestões e decidir o eventual envio do pacote aos congressistas. A Câmara dos Deputados e o Senado estão de recesso e voltam a trabalhar em 1º de fevereiro.
Para a governadora em exercício do Distrito Federal, o reforço do batalhão da Polícia Militar e a construção de um novo batalhão "vão resolver definitivamente esse problema".
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As declarações foram dadas por Celina no Palácio do Planalto. A governadora em exercício do Distrito Federal e outros 26 governadores participam de uma reunião com Lula — um dos pontos debatidos é a compensação dos estados com relação aos combustíveis e a reforma tributária.
Ideias
Uma das ideias do ministro da Justiça é a criação de uma Guarda Nacional, com vistas ao reforço na segurança pública em prédios de órgãos públicos situados na capital federal.
Outra sugestão é a regulamentação da segurança pública. Nesse caso, o tema seria dividido entre o Distrito Federal e o Executivo. Atualmente, a segurança pública de Brasília é comandada pelo interventor federal, Ricardo Cappelli.
Dino articula, ainda, o endurecimento das regras nas redes sociais para evitar a disseminação de notícias falsas e o aumento de penas para os cidadãos que atentarem contra a democracia e o Estado democrático de Direito.
Relatório
Foi perguntado à governadora em exercício do Distrito Federal se ela concorda com o relatório que será entregue ainda hoje pelo interventor federal na Segurança Pública. No documento, Cappelli vai apontar falta de planejamento das forças de polícia.
"Eu sempre falei sobre isso: houve um apagão na área principal da segurança pública aqui do Distrito Federal", disse.