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R7 Brasília

Governo brasileiro quer usar moeda chinesa no comércio com a Argentina

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a proposta já foi apresentada ao governo argentino; o dólar ficaria de lado

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (23) que o governo do Brasil apresentou uma proposta ao governo da Argentina para que os dois países possam usar o yuan, a moeda oficial da China, em operações comerciais. De acordo com Haddad, caso entre em vigor, a medida pode intensificar o volume de exportações do Brasil para a Argentina.

"Já encaminhamos para o governo da Argentina uma proposta de garantia em yuan das exportações brasileiras Para os exportadores brasileiros é uma coisa boa, será uma boa notícia se a Argentina concordar. Porque eles podem ter algum fluxo de venda dos seus produtos com 100% de garantia", afirmou Haddad.

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"Para o Brasil, sem problemas, porque o câmbio vai ser feito do yuan para o real, e isso tranquiliza também o Tesouro Nacional, de que não há risco de default [calote]. Uma garantia que o Tesouro considerou adequada, e o Banco [Central] do Brasil concordou, nos moldes do que foi apresentado", acrescentou o ministro.

A declaração de Haddad foi feita em uma entrevista coletiva em Joanesburgo, na África do Sul. O ministro acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cúpula do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.


Nesta terça-feira (22), Lula também comentou o assunto. Ele defendeu a medida, por entender que o Brasil e a Argentina não precisam ficar dependentes do dólar para fazer transações comerciais.

"Tem país, como a Argentina, que não pode comprar dólar agora, está em uma situação muito difícil, porque não tem dólar. Para vender para o Brasil, não deveria precisar de dólar. Vamos trocar nossas moedas, e os bancos centrais fazem os acertos no final do mês. Ou Brasil e China, ou Brasil e Índia", disse o presidente em uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

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