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R7 Brasília

Investigados por espionagem na Abin discutiram dar ‘tiro na cabeça’ de Moraes, diz PF

Presos em operação desta quinta disseram que era preciso atentar contra a vida do ministro do Supremo Tribunal Federal

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window

Gabinete de Moraes reagiu após reportagem Antônio Augusto/Secom/TSE

Em relatório enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o suposto esquema de espionagem com a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), a Polícia Federal mostra uma conversa de dois investigados na operação discutindo ações consideradas violentas contra o ministro Alexandre de Moraes, como um “tiro na cabeça” dele.

O diálogo foi entre Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, que faziam parte do esquema de espionagem ilegal com o sistema da Abin e foram presos em operação da PF nesta quinta-feira (11).

A conversa gira em torno de uma decisão de Moraes que afastou o delegado que investigava um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral. Houve até mesmo um pedido de impeachment.

“Tá ficando f*** isso. Esse careca tá merecendo algo a mais”, disse um. Outro investigado cita “7.62″, se referindo a calibre de munição de arma. Um outra pessoa afirma “head shot”, que em português significa “tiro na cabeça”.


No documento, a PF cita, ainda, que informações falsas diretamente vinculadas ao ministro da corte e seus familiares era intencionalmente difundida em um grupo intitulado como “grupo dos malucos”.

Os membros do esquema ilegal de espionagem com a estrutura da Abin rastrearam autoridades públicas como os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).


Operação da PF

Mais cedo, a corporação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva contra pessoas que teriam participado do suposto esquema de espionagem ilegal.

A corporação também cumpriu sete mandados de busca e apreensão em quatro estados e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).


A ação policial ocorreu nas cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

A PF diz que os alvos dos mandados faziam parte de uma organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas. O grupo também usava os sistemas da Abin para produzir notícias falsas, segundo a Polícia Federal.

Ainda conforme a PF, a organização criminosa acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para fazer a espionagem. Também teriam sido criados perfis falsos pelos integrantes do suposto esquema.

Sobre a espionagem a ministros do STF, a Polícia Federal disse que “as ações direcionadas aos ministros da Suprema Corte em razão do exercício de suas funções, além de atos de embaraçamento de investigações, também perfazem atos que atentam contra o livre exercício do Poder Judiciário”.

Os alvos

Entre os alvos dos mandados de prisão, está o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, que trabalhava como assessor do ex-diretor da agência Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro. Em janeiro deste ano, durante outra fase da operação, os agentes federais já tinham encontrado um computador da Abin e celulares na casa de Rodrigues.

Além de Rodrigues, foram alvos dos mandados de prisão o agente da PF Marcelo Araújo Bormevet, o ex-assessor do Ministério das Comunicações Mateus Sposito, Richards Dyer Pozzer e Rogério Beraldo de Almeida.

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