Justiça do DF aceita nova denúncia contra ex-diretor-geral da Polícia Civil por perseguição a ex-amante
Robson Cândido é acusado de utilizar sistemas de vigilância oficiais para monitorar mulher com quem tinha relacionamento
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
A Justiça do Distrito Federal aceitou uma nova denúncia do Ministério Público contra o ex-diretor-geral da Polícia Civil do DF Robson Cândido por utilizar a estrutura da corporação para perseguir e ameaçar uma ex-amante. A acusação, que substitui a feita em novembro, mantém os sete crimes e pede a condenação dele por outras ilegalidades.
Cândido se tornou réu por perseguição, violência psicológica, interceptação telefônica e descumprimento de medidas protetivas, além de peculato, corrupção passiva e violência de sigilo funcional.
Ele também é acusado de usar o sistema do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) mais de 30 vezes ilegalmente para perseguir a ex, além de utilizar indevidamente sistemas de vigilância policiais 96 vezes na Operação Falso Policial e 58 vezes na Operação Alcateia.
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O ex-diretor-geral da Polícia Civil do DF está solto desde 29 de novembro e é monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele havia sido preso preventivamente em 4 de novembro, durante uma operação que chegou a realizar apreensão de equipamentos de uma delegacia. Em outubro, após as suspeitas, ele deixou a direção da corporação. Dias depois, a aposentadoria dele foi oficializada.
Envolvimento de colega
Além de Cândido, o ex-delegado-chefe Thiago Peralva é investigado por envolvimento na perseguição. Ele é réu por três crimes: perseguição, corrupção passiva e interceptação telefônica. Peralva foi afastado do cargo no mesmo dia da prisão de Cândido e também está com tornozeleira eletrônica.
A denúncia afirma que Peralva, a pedido do superior, incluiu o telefone da vítima em um sistema de interceptações telefônicas de uma investigação que apura crimes de tráfico de drogas. A mulher teria então sido monitorada e recebido ameaças por meio do grampo ilegal.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou registros telefônicos que comprovariam a perseguição sofrida pela vítima. Cândido teria utilizado diversos números de telefone, inclusive linhas vinculadas à Polícia Civil, para enviar mensagens e ligar para a ex-amante. Em um único dia, ele chegou a fazer 50 ligações de um número oculto. Registros mostram que Cândido também teria perseguido a vítima dirigindo viaturas descaracterizadas.
O caso agora vai a julgamento na primeira instância.