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Lula começa semana com reunião virtual de líderes do Brics em meio a tarifaço de Trump

Inicialmente, o tema da reunião não envolve as tarifas dos Estados Unidos, mas pauta deve ser abordada pelos chefes de Estado

Brasília|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O presidente Lula participa de reunião virtual com líderes do Brics, mas o tema do tarifaço de Trump não está na pauta oficial.
  • Nesta semana, Lula irá lançar o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia para combater o narcotráfico e o garimpo ilegal.
  • O governo brasileiro espera sancionar o PL que estabelece medidas de proteção a crianças e adolescentes em ambientes digitais.
  • A expectativa é de que a reunião aborde temas como multilateralismo, guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e a COP30, sem uma resposta unificada contra as tarifas dos EUA.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula cumpre três agendas principais esta semana Ricardo Stuckert / PR - 29.08.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia a semana com uma reunião virtual de líderes do Brics. O encontro, marcado para a manhã desta segunda-feira (8), ocorre em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embora esse não seja um tema explícito da pauta.

Além disso, Lula deve lançar, em Manaus, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, iniciativa voltada ao combate ao narcotráfico, apontado por ele como um dos principais desafios da região.


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“No dia 9 de setembro, nós vamos inaugurar na cidade de Manaus, no Amazonas, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, onde estarão participando todos os países, e eu vou convidar pessoalmente todos os presidentes dos países amazônicos para comparecer a esse ato”, declarou.

O presidente acrescentou que o centro será “muito importante para combater o garimpo ilegal, o contrabando, o tráfico de armas”. A fala ocorreu durante a 5ª cúpula de presidentes da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), realizada em Bogotá, Colômbia, no fim de agosto.


Também há expectativa de que o governo sancione nesta semana o projeto de lei que endurece medidas de proteção a crianças e adolescentes no ambiente digital, conhecido como ECA Digital ou PL da adultização.

Reunião do Brics

O encontro desta segunda-feira foi definido após consultas diplomáticas entre os países do grupo. Em julho, durante a Cúpula de Líderes do Rio, o Brasil rompeu a prática recente de transmitir a interação entre chefes de Estado e de governo, deixando a divulgação dos discursos a cargo de cada país.


Embora o tarifaço de Trump não conste oficialmente da pauta, o tema deve surgir na sessão de debates por videoconferência. Segundo integrantes do governo brasileiro, a reunião tratará ainda da crise do multilateralismo, das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza e da COP30.

Até o fim da semana passada, a data ainda era considerada tentativa. Há possibilidade de alguns líderes serem representados por chanceleres ou enviados especiais.


Na cúpula de julho, o Brics publicou somente uma menção indireta ao tarifaço, classificado como “ações restritivas” ao comércio. Os líderes evitaram citar Trump e os Estados Unidos, mas alertaram que o “aumento indiscriminado de tarifas” ameaça reduzir o comércio global, interromper cadeias de suprimentos e gerar incerteza nas economias.

Na ocasião, defenderam a OMC (Organização Mundial do Comércio) como núcleo de um “sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual” e incentivaram maior intercâmbio de bens e serviços entre os membros.

“Expressamos sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC”, disseram os líderes do Brics.

O posicionamento moderado refletiu a falta de coesão do bloco após a ampliação de cinco para 11 membros, já que alguns mantêm maior proximidade com Washington, além das diferenças no estágio das negociações comerciais.

Agravamento do tarifaço

Desde então, o tarifaço se agravou para Brasil e Índia, ambos taxados em 50%, o índice mais elevado. Outros países receberam a tarifa mínima global de 10% (Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito, Irã e Rússia). A Indonésia fechou acordo em 19%.

A China, alvo inicial de Trump, teve a alíquota reduzida para 30% e negocia condições especiais, com exceções prorrogadas até o fim de novembro. A África do Sul enfrentou tensões políticas e sofreu sobretaxa de 30%.

No governo brasileiro, a avaliação é de que dificilmente o Brics emitirá uma declaração mais dura, já que decisões exigem consenso. Segundo diplomatas, a forma como Trump estruturou o tarifaço — diferenciando países e negociando individualmente — dificultou uma reação unificada em foros multilaterais.

Para auxiliares de Lula, a reunião tende a terminar com nova manifestação em defesa do multilateralismo, sem estratégia comum contra os Estados Unidos.

“O Brics ganhou legitimidade política com a ampliação dos membros, inclusive com aliados de Trump. Agora, o desafio é administrar mais as diferenças”, observou um embaixador.

Perguntas e Respostas

Qual é o objetivo da reunião virtual de líderes do Brics que Lula participa?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de uma reunião virtual de líderes do Brics, que ocorre em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora o tarifaço não seja um tema explícito da pauta, é esperado que os chefes de Estado abordem o assunto durante os debates.

O que mais Lula planeja fazer nesta semana?

Além da reunião, Lula deve lançar o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia em Manaus, com o objetivo de fortalecer o combate ao narcotráfico e a outras atividades ilegais, como o garimpo ilegal e o contrabando.

Qual é a importância do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia?

O centro é considerado muito importante para combater o garimpo ilegal, o contrabando e o tráfico de armas. Lula mencionou que todos os países amazônicos serão convidados a participar da inauguração do centro.

O que mais será discutido na reunião do Brics?

Além do tarifaço, a reunião deve abordar a crise do multilateralismo, as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e a COP30. A pauta oficial não incluirá diretamente o tarifaço, mas é provável que o tema seja discutido.

Como o Brasil se posicionou em relação ao tarifaço anteriormente?

Em julho, durante a Cúpula de Líderes do Rio, o Brasil emitiu uma declaração indireta sobre o tarifaço, referindo-se a “ações restritivas” ao comércio, sem citar diretamente os EUA ou Trump. Os líderes expressaram preocupação com o aumento de tarifas que podem prejudicar o comércio global.

Qual é a situação atual das tarifas impostas por Trump?

O tarifaço se agravou, com Brasil e Índia sendo taxados em 50%, o maior patamar. Outros países receberam tarifas menores, e a China teve sua tarifa reduzida para 30% após negociações. A situação é complexa, pois Trump aplicou tarifas de forma diferenciada entre os países.

Qual é a expectativa do governo brasileiro em relação à reunião?

O governo brasileiro acredita que será improvável obter uma declaração mais dura sobre o tarifaço, uma vez que as decisões no Brics são tomadas por consenso. Há ceticismo sobre a reunião servir como uma plataforma para articular uma estratégia comum contra os EUA.

Como a ampliação do Brics impacta sua legitimidade política?

A ampliação do Brics, que agora inclui mais membros, inclusive aliados de Trump, conferiu mais legitimidade política ao grupo. No entanto, isso também traz desafios, pois é necessário administrar as diferenças entre os novos membros.

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