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Lula diz que não vai ligar para Trump para tratar de tarifaço, mas para convidá-lo à COP30

Declaração ocorre às vésperas do início das tarifas impostas pelos EUA; decisão deve impactar setores estratégicos da economia

Brasília|Do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Lula planeja ligar para Trump não para discutir tarifas, mas para convidá-lo para a COP30.
  • A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima acontecerá em Belém, Pará, em 2025.
  • Além de Trump, Lula também chamará líderes como Xi Jinping e Modi.
  • EUA aumentam tarifas sobre pneus brasileiros, com uma nova taxa de 50% a partir de quarta-feira.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula diz que deseja saber o que Donald Trump pensa sobre questões climáticas Marcelo Camargo/Agência Brasil-01.08.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (5) que vai ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas, ao contrário do que tem sido especulado, o telefonema não será para discutir as tarifas impostas pelos norte-americanos, e sim para convidá-lo a participar da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre o Clima), que será em Belém, no Pará, em novembro.

“Eu não vou ligar para o Trump para comercializar, não, porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática. Vou ter a gentileza de ligar. Vou ligar para ele, para o Xi Jinping [presidente da China], para o primeiro-ministro [da Índia], Modi. Só não vou ligar pro Putin [presidente da Rússia] porque o Putin não está podendo viajar. Vou ligar para muitos presidentes”, afirmou.


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A declaração ocorre em meio à escalada de medidas protecionistas dos Estados Unidos, como o recente aumento das tarifas sobre pneus brasileiros exportados ao país. A partir desta quarta-feira (6), os EUA passarão a aplicar uma tarifa total de 50% sobre produtos brasileiros.

Uma ligação de Lula para Trump para tratar das tarifas tem sido especulada. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer que o telefonema poderia acontecer, mas que é preciso preparação para que a conversa ocorra. “Quando dois chefes de Estado conversam, existe preparação prévia para evitar que um país subordine o outro. Há protocolos mínimos, um arranjo diplomático. São dois países soberanos; não é um correndo atrás do outro. O Brasil é grande, e isso não é arrogância, mas uma postura digna à mesa de negociação”, explicou.


Por ora, o Lula afastou qualquer retaliação e optou por priorizar a negociação direta com o governo norte-americano. Durante conferência do Partido dos Trabalhadores, realizada no domingo (3) em Brasília, o presidente afirmou ter “limites” sobre o que pode declarar publicamente nas negociações com os Estados Unidos.

“Nessa briga com a taxação dos EUA, eu tenho limite de briga com o governo americano. Não posso falar tudo que acho que devo falar, tenho que falar o que é possível falar, o que é necessário”, disse Lula, sugerindo cautela estratégica.


Segundo o presidente, o movimento tarifário norte-americano seria uma reação ao fortalecimento da presença internacional do Brasil. Ele citou, como exemplo, a busca por acordos com a União Europeia por meio do Mercosul.

“Isso começa a assustar pessoas que acham que são donas do mundo. ‘Como é que aparece um país que até ontem era tratado como se fosse republiqueta de bananas querendo falar grosso? Querendo dizer que é preciso criar uma moeda de comércio para não ficar tudo dependendo do dólar? Como é que parece um país que fica ousando desafiar a grande potência?’”, questionou.


Na sequência, Lula negou qualquer provocação intencional: “Nós apenas queremos dizer, eu quero passar. É só isso”.

O presidente defendeu uma política externa baseada na “igualdade de condições” e afirmou ser inaceitável vincular temas políticos à imposição de tarifas econômicas.

“Os EUA são muito grandes, o país mais bélico do mundo, mais tecnológico do mundo, o mais econômico do mundo. Tudo isso é muito importante, mas nós queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Temos interesses econômicos, temos interesses estratégicos, queremos crescer e não somos uma republiqueta”, concluiu.

“Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável.”

Já que leu até aqui, continue se aprofundando com debates relevantes no evento “Caminhos para a COP30”.

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