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Lula quer decisão conjunta dos Brics sobre tarifas impostas pelos Estados Unidos

Presidente diz que não vê abertura para negociação com Trump

Brasília|Da Agência Brasil

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Lula planeja discutir tarifas dos EUA com os países do Brics.
  • Tarifas de 50% sobre exportações brasileiras para os EUA entram em vigor.
  • Presidente brasileiro critica a falta de abertura para negociações com Trump.
  • Lula reafirma a soberania do Brasil diante de influências externas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Presidente Lula diz que vai ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,  para convidá-lo a participar da COP30
"Vou ver qual é a implicação que tem em cada país", diz Lula sobre efeitos da taxa na China e na Índia Ricardo Stuckert / PR - 10.07.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (6) que vai conversar com os representantes dos países que integram os Brics sobre a taxação dos Estados Unidos aos produtos dos países do bloco.

Ele informou que pretende ligar para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e para o presidente da China, Xi Jinping.


“Vou tentar fazer uma discussão com eles sobre como cada um está na situação, qual é a implicação que tem em cada país, para a gente poder tomar uma decisão”, disse Lula, lembrando que os Brics têm dez países inclusos no G20 — grupo que reúne 20 das maiores economias do mundo.

No Brasil, entraram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de 50% impostas sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos.


Também nesta quarta-feira, o presidente americano, Donald Trump, publicou um decreto impondo tarifa adicional de 25% sobre os produtos da Índia, com o argumento de que o país importa direta ou indiretamente petróleo russo.

Ajuda a empresas

Segundo Lula, a prioridade do governo brasileiro, nesse momento, é ajudar as empresas brasileiras a encontrar novos mercados para seus produtos e cuidar da manutenção dos empregos.


O texto da medida provisória (MP) com as ações planejadas pelo governo em resposta ao tarifaço deve ser enviado ao Palácio do Planalto pelo Ministério da Fazenda ainda nesta quarta-feira (6).

Lula ressaltou que não vê abertura para negociação com Trump neste momento.


“Eu não liguei porque ele não quer telefonema. Não tenho por que ligar para o presidente Trump, porque, nas cartas que ele mandou e nas suas decisões, ele não fala em nenhum momento sobre negociação, fala é sobre novas ameaças”, disse Lula, em entrevista à agência de notícias Reuters.

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Lula reafirmou que quer fazer tudo o que for possível antes de “tomar outra medida que signifique que as negociações [com os Estados Unidos] acabaram”.

“Estou fazendo tudo isso [negociando] quando poderia anunciar uma taxação dos produtos americanos. Não vou fazer porque não quero ter o mesmo comportamento do presidente Trump. Quero mostrar que, quando um não quer, dois não brigam, e não quero brigar com os Estados Unidos”.

O presidente lembrou que o Brasil recebeu o comunicado da taxação de forma totalmente autoritária. “Não é assim que estamos acostumados a negociar”, observou.

Intromissão

O presidente Lula afirmou, ainda, ser inadmissível o presidente americano resolver “dar pitaco” no Brasil.

“Não é uma intromissão pequena, é o presidente da República dos Estados Unidos achando que pode ditar regras em um país soberano como o Brasil. Não é admissível que os Estados Unidos e nenhum país grande ou pequeno resolva dar pitaco na nossa soberania”, frisou.

“Ele que cuide dos Estados Unidos. Do Brasil, cuidamos nós. Só tem um dono esse país, e só um dono que manda no presidente da República, é o povo, o povo que elegeu, o povo que pode tirar”.

O presidente também citou trechos da decisão de Trump que criticam a legislação brasileira sobre as grandes empresas de tecnologia americanas, as big techs.

“Esse país é soberano, tem uma Constituição, tem uma legislação. É nossa obrigação regular o que a gente quiser regular de acordo com os interesses e a cultura do povo brasileiro. Se não quiser regulação, saia do Brasil”, salientou Lula.

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