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Lula quer encontro com líderes do centrão antes de confirmar trocas ministeriais

Presidente já confirmou que vai acomodar mais dois partidos na Esplanada, mas aguarda conversa pessoal para definir mudanças

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Lula já concordou com o ingresso de dois partidos
Lula já concordou com o ingresso de dois partidos

A reforma ministerial no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acomodar mais legendas do centrão só vai ser efetivada depois que o chefe do Executivo tiver um encontro pessoal com os presidentes dos partidos. Apesar de já ter concordado com o ingresso de legendas na Esplanada, o presidente espera uma conversa reservada com os líderes das siglas para confirmar as mudanças.

O governo já anunciou que os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) serão ministros de Lula. No entanto, falta decidir quais pastas serão comandadas por eles. Lula tem dito que ainda analisa quais ministérios vai entregar aos partidos e que não tem pressa para sacramentar as trocas.

A demora do presidente em dar um ponto-final ao tema, contudo, tem causado incômodo às partes envolvidas na negociação. Por um lado, os partidos aguardam a oficialização das nomeações dos dois deputados para destravar a análise de projetos de interesse do governo, em especial para a área econômica. Por outro, Lula tem relatado à equipe dele que as trocas não vão acontecer de um dia para o outro nem na hora que o Congresso quiser. De acordo com o presidente, como os ministérios pertencem ao governo, cabe a ele definir quando a reforma será feita. Ainda assim, o centrão pressiona por uma solução nesta semana.

Entretanto, Lula já vinha sendo aconselhado pela própria equipe a não retardar o processo de trocas na Esplanada para não comprometer a votação de propostas importantes para o governo. O Ministério da Fazenda, por exemplo, aguarda a aprovação ainda neste mês do chamado arcabouço fiscal, norma que define novas regras para as contas públicas do país.


A pasta considera que o projeto é fundamental para que o governo possa apresentar uma proposta de Orçamento para 2024 que viabilize o controle da meta de resultado primário, indicador que é obtido a partir da diferença entre o que é arrecadado e o que é gasto pelo governo, excluída a parcela referente aos juros da dívida pública. Para o ano que vem, o Executivo espera zerar o déficit primário.

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A reforma ministerial demora a ser concretizada porque Lula resiste em ceder as pastas que o centrão deseja. O grupo está de olho em ministérios como Esportes, Saúde e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, mas Lula quer manter o controle dessas pastas.


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Para que não demita atuais ministros e amplie a presença do centrão na Esplanada, a equipe do presidente estuda a viabilidade de criar ministérios. As conversas no Palácio do Planalto giram em torno do desmembramento da pasta de Portos e Aeroportos. Caso isso aconteça, o atual ministro, Márcio França, ficaria responsável apenas por Portos.

Além disso, o governo analisa a possibilidade de criar o Ministério da Pequena e Média Empresa, que hoje é uma secretaria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

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