Lula vai a reunião com países amazônicos para defender fundo proposto pelo Brasil
Fundo ‘Florestas tropicais para sempre’ deve ser apresentado na COP30, marcada para novembro, em Belém
Brasília|Do R7, em Brasília
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta sexta-feira (22) da 5ª cúpula de presidentes da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), em Bogotá, na Colômbia.
O grupo é formado pelos oito países sul-americanos que compartilham a Amazônia — Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Além de Lula, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, está confirmado no evento. Os demais países devem enviar representantes.
A expectativa é de que a reunião gere dois documentos principais: uma declaração conjunta (leia mais abaixo) e um comunicado de apoio ao TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês), fundo internacional idealizado pelo Brasil para financiar a preservação de florestas tropicais.
O TFFF deve ser apresentado na COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que ocorre em novembro, em Belém (PA). Com o comunicado conjunto, Lula espera reforçar o apoio político da região à iniciativa.
Cronograma
A agenda desta sexta começa pela manhã, com encontro dos chefes de Estado e representantes da região com a sociedade civil.
Em seguida, os líderes têm uma reunião privada, seguida de almoço e da adoção da Declaração de Bogotá.
Segundo o governo brasileiro, a presença de Lula reafirma o compromisso do Brasil em fortalecer a OTCA e avançar na nova agenda estratégica para a Amazônia.
Documentos conjuntos
A previsão é de que a Declaração de Bogotá, principal resultado do encontro, registre os consensos regionais em torno dos resultados esperados da COP30, com ênfase no combate à mudança climática. Além disso, o texto deve fazer um balanço das ações implementadas desde a Cúpula de Belém, em 2023.
Paralelamente, será apresentado um comunicado conjunto de apoio à proposta brasileira do TFFF, mecanismo considerado inovador para financiar a preservação das florestas tropicais.
A expectativa do governo brasileiro é de que o fundo mobilize até US$ 125 bilhões, que serão investidos em um portfólio diversificado. A ideia é gerar renda suficiente para sustentar os chamados “dividendos florestais”, ou seja, pagamentos regulares aos países que comprovarem a conservação de suas florestas.
Fundo idealizado pelo Brasil
O chefe da Divisão de Biodiversidade do Ministério das Relações Exteriores, secretário Patrick Luna, explica que 20% do capital do TFFF deve ser feito por governos e 80%, por fontes privadas — o que inclui fundos de investimento e filantropia internacional.
A contribuição ao fundo não será considerada uma doação, mas um investimento, com retorno anual competitivo em relação ao mercado e devolução integral do valor após cerca de 40 anos, conforme estima Luna.
O Brasil já conduz negociações com potenciais investidores estrangeiros, como Reino Unido, França, Noruega, Alemanha e Emirados Árabes Unidos. A proposta também busca a articulação com países da Bacia do Congo e da Ásia, que reúnem grandes áreas de florestas tropicais.
Leia mais
Apesar de apenas dois presidentes da região estarem confirmados na cúpula, o Itamaraty avalia que a ausência dos demais não deve comprometer o apoio ao fundo.
O governo brasileiro aposta no endosso político dos oito países amazônicos para demonstrar à comunidade internacional que o mecanismo beneficiará ao menos 70 países em desenvolvimento com florestas tropicais, e não apenas o Brasil.
Segundo a chancelaria brasileira, o apoio a ser firmado em Bogotá terá caráter político, enquanto a adesão formal ao fundo será discutida e oficializada na COP30.
Perguntas e respostas:
Qual é o objetivo da reunião com os países amazônicos?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da 5ª cúpula de presidentes da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) em Bogotá, Colômbia, com o objetivo de discutir a proposta do TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), idealizado pelo Brasil para financiar a preservação de florestas tropicais.
Quais países fazem parte da OTCA?
A OTCA é composta por oito países sul-americanos que compartilham a Amazônia: Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Quem está confirmado para participar do evento?
Além de Lula, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, está confirmado no evento, e os demais países devem enviar representantes.
Quais documentos são esperados da reunião?
Espera-se que a reunião produza dois documentos principais: uma declaração conjunta e um comunicado de apoio ao TFFF.
Quando e onde será apresentado o TFFF?
O TFFF deve ser apresentado na COP30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém, PA.
Qual é a importância da Declaração de Bogotá?
A Declaração de Bogotá deve registrar os consensos regionais sobre os resultados esperados da COP30, com foco no combate à mudança climática e um balanço das ações implementadas desde a Cúpula de Belém, em 2023.
Qual é a expectativa de mobilização financeira do TFFF?
O governo brasileiro espera que o fundo mobilize até US$ 125 bilhões, que serão investidos em um portfólio diversificado para gerar “dividendos florestais” para os países que comprovarem a conservação de suas florestas.
Como será a composição do capital do TFFF?
Segundo o secretário Patrick Luna, 20% do capital do TFFF deve vir de governos e 80% de fontes privadas, incluindo fundos de investimento e filantropia internacional.
Qual é a abordagem do Brasil em relação a investidores estrangeiros?
O Brasil já está negociando com potenciais investidores estrangeiros, como Reino Unido, França, Noruega, Alemanha e Emirados Árabes Unidos, além de buscar articulação com países da Bacia do Congo e da Ásia.
Como o governo brasileiro vê a participação dos países na cúpula?
Apesar de apenas dois presidentes estarem confirmados, o Itamaraty acredita que a ausência dos demais não comprometerá o apoio ao fundo, que beneficiará pelo menos 70 países em desenvolvimento com florestas tropicais.
Qual será o caráter do apoio firmado em Bogotá?
O apoio a ser firmado em Bogotá terá caráter político, enquanto a adesão formal ao fundo será discutida e oficializada na COP30.
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