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R7 Brasília

'Mamíferos', diz Bolsonaro sobre empresários que assinaram carta pela democracia

Documento, feito pela USP, afirma que há riscos às instituições e insinuações de desacato ao resultado das eleições deste ano 

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Jair Bolsonaro (PL)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, nesta segunda-feira (1º), os signatários da carta em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro e chamou os empresários que assinaram o documento de "mamíferos"'.

"Esse manifesto aí foi assinado por banqueiros, artistas, tem mais uma classe e alguns empresários mamíferos", afirmou Bolsonaro em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.

O documento foi feito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e em menos de 24 horas obteve a assinatura de mais de 100 mil pessoas. A carta não cita Bolsonaro e afirma que "estamos passando por momento de imenso perigo" para a normalidade democrática, com riscos às instituições e insinuações de desacato ao resultado das eleições.

Entre os signatários estão banqueiros, empresários, intelectuais e advogados. O documento contou também com a assinatura de ministros eméritos do Supremo Tribunal Federal e de docentes de diversas universidades do país, como USP, UFMG, UFRJ e UFPB.


A carta já tinha sido alvo de críticas por parte de Bolsonaro na última quarta-feira (27). Durante a convenção que oficializou a aliança do Partido Progressista com o Partido Liberal, o presidente desdenhou do documento.

"Defendemos a democracia. Não precisamos de nenhuma cartinha para falar que defendemos a democracia. Que queremos cada vez mais cumprir e respeitar a Constituição. Não precisamos, então, de apoio ou sinalização, de quem quer que seja, para mostrar que o nosso caminho é a democracia, a liberdade e o respeito à Constituição", afirmou Bolsonaro na ocasião.

O documento em defesa da democracia será lido em 11 de agosto, na capital paulista. A carta chega em meio às críticas feitas por Bolsonaro ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Recentemente, o presidente convocou embaixadores estrangeiros para levantar suspeitas contra o modelo adotado, o que provocou reações em diversos segmentos da sociedade.

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