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R7 Brasília

Mee Too vai ao Supremo contra Silvio Almeida por suposta difamação

Segundo a organização, o ex-ministro acusou, sem provas, a ONG de tentar interferir no processo de licitação do Disque Direitos Humanos

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window


A ONG Me Too Brasil e a diretora Marina Ganzarolli apresentaram ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma queixa-crime por suposta difamação contra Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania. Procurada, a defesa de Silvio Almeida decidiu não responder, por desconhecer o teor da ação. Apesar disso, pontuou que “Silvio jamais afirmou que a ONG fraudou licitação” e que a Me Too “segue sem explicitar os seus métodos” (leia a nota na íntegra ao final da matéria).


O processo está sob relatoria da ministra Cármen Lúcia. Almeida é investigado por suspeita de assédio e importunação sexual. Em fevereiro, o ministro do STF André Mendonça atendeu o pedido da Polícia Federal e prorrogou o inquérito sobre o caso.

Segundo a organização, o ex-ministro acusou, sem provas, a ONG de tentar interferir no processo de licitação do Disque Direitos Humanos, dando a entender que poderia haver um possível superfaturamento.

“Silvio Almeida partiu em verdadeira cruzada voltada à desmoralização e achincalhamento da querelante perante a opinião pública, acreditando que, ao desmoralizar a organização que atendeu as vítimas, descredibilizaria os relatos das mulheres que a procuraram. Essa postura, comum entre acusados de crimes sexuais, visa desmoralizar as vítimas e atacar quem traz à tona os abusos, com o claro e inaceitável intuito de desviar o foco da apuração dos fatos”, sustentou a ONG.


Para a organização, as declarações do ex-ministro ultrapassam os limites da liberdade de expressão.

“Os fatos desonrosos imputados configuram evidentes danos à imagem pública e reputação do ME TOO BRASIL, que são significativamente amplificados com a forma pela qual as acusações foram proferidas: na internet, para milhares de pessoas, a partir de uma disseminação imediata”.


O ex-ministro saiu do governo em setembro do ano passado após denúncias de diversas mulheres virem à tona por meio da ONG Me Too, entre elas a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O ex-ministro nega as acusações.

Na época, o presidente Lula disse que, diante das acusações, era insustentável a permanência dele no governo. Com a demissão dele, a pasta passou a ser comandada pela professora Macaé Evaristo.


Nota defesa de Sílvio Almeida

Em relação à queixa-crime mencionada, desconhecemos o teor e, por isso, declinamos, por ora, de responder.

De todo modo, Sílvio jamais afirmou que a ONG fraudou licitação. Na realidade, Silvio fez referência a tentativas de contatos informais feitos por representantes da ONG para tratar do contrato do disque 100, conduta no mínimo inapropriada, e que efetivamente ocorreu.

Por fim, chama atenção o fato de que a ONG segue sem explicitar os seus métodos, questionados por Silvio Almeida e por diversos meios de comunicação, desviando o foco e lançando ofensiva contra Silvio Almeida.

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