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Ministério da Justiça investiga casos de tráfico de brasileiros no Camboja

Vítimas vão para o país asiático para trabalhar, sofrem ameaças e são obrigadas a atuar em atividades ilícitas, segundo a denúncia

Brasília|Do R7, em Brasília

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou, nesta quinta-feira (13), que investiga o caso de brasileiros que supostamente estariam vivendo em cárcere privado no Camboja, país da Ásia. As denúncias começaram a chegar à pasta em agosto deste ano. 

De acordo com as denúncias, os brasileiros vão para o país asiático depois de aceitarem propostas de trabalho com salário de 900 dólares — cerca de R$ 4,6 mil. Depois, não conseguem mais sair do Camboja, sofrem ameaças e são obrigados a atuar em atividades ilícitas.

"Trata-se de esquema no qual a empresa, supostamente do setor financeiro, oferece vagas de emprego temporário, com salários competitivos, comissões por ativos vendidos e passagens áreas incluídas. Ao chegarem lá, [as vítimas] têm seus passaportes retidos, são induzidos a assinarem cláusula de confidencialidade e são submetidos a longas jornadas de trabalho, privação parcial de liberdade e até abusos físicos", diz a nota.

As denúncias chegaram pelo Núcleo Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Paraná. O Ministério das Relações Exteriores também tem conhecimento do episódio, e autoridades da pasta acompanham o caso.


Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a principal recomendação da Coordenação-Geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes é desconfiar. "É preciso se informar sobre o país, se algum amigo já foi trabalhar lá, como está atualmente a situação e se existe consulado ou embaixada na região, caso precise."

A pasta afirma que não há um perfil definido das vítimas, mas que aqueles que estão em situação de vulnerabilidade podem ser mais suscetíveis ao crime. No caso de Camboja, o recrutamento se dá, principalmente, por meio das redes sociais, com informações direcionadas a pessoas entre 20 e 35 anos.


"Na realidade relatada por quem conseguiu fugir do esquema, os criminosos tratam as pessoas traficadas como mercadorias, retêm seus documentos e restringem sua liberdade. Há casos de violência e maus-tratos físicos", diz o órgão.

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Canais de denúncia

Para diminuir a subnotificação do tráfico de pessoas, bem como propiciar a responsabilização pelo crime e, principalmente, viabilizar a proteção e a atenção às vítimas, é possível denunciar o tráfico. Os principais canais de denúncia são:


• Disque 100;

• Ligue 180;

• App Proteja Brasil;

• Núcleos Estaduais de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETPs);

• Postos Avançados de Atendimento Humanizado ao Migrantes (PAAHMs);

• Rede consular e Jurisdição Consular do Ministério das Relações Exteriores;

• Polícia Federal (direitoshumanos@pf.gov.br);

• Polícia Civil nos estados e no Distrito Federal; e

• Defensoria Pública da União.

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