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'Persona non grata': entenda a declaração de Israel e as consequências para Lula

Governo de Israel declarou Lula 'persona non grata' após o presidente comparar as ações do país às de Hitler

Brasília|Do R7, em Brasília

Lula é declarado 'persona non grata' em Israel
Lula é declarado 'persona non grata' em Israel Lula é declarado 'persona non grata' em Israel (Ricardo Stuckert / PR - 17.02.2024)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi classificado por Israel como "persona non grata" por declarações em que comparou as ações de defesa israelense no conflito contra o grupo terrorista Hamas ao nazismo. Segundo o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, o presidente brasileiro é considerado indesejado no país até que haja uma retratação sobre as declarações.

A expressão "persona non grata" tem origem no latim e é usada para descrever alguém que não é bem-vindo em determinado lugar. Portanto, ser considerado uma "persona non grata" por um país significa que o governo desse país declarou que não é bem-vinda a presença dessa pessoa em seu território.

É o que explica o especialista em direito internacional Bernardo Pablo Sukiennik, destacando que a decisão é geralmente tomada em resposta a ações consideradas prejudiciais aos interesses do país anfitrião. Quando isso acontece, é comum que seja solicitado que deixe o país imediatamente. Muitas vezes, pode haver consequências legais se a pessoa se recusar a fazê-lo.

"Juridicamente, Lula não pode entrar em Israel, embora não tem nada programado nesse sentido [de uma visita oficial a Israel]. Eu também acredito que isso não transpareça para relações comerciais ou de outro aspecto, creio que haverá conversas e que, de alguma maneira, a tensão da crise deva baixar", comentou o especialista. 

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Após as declarações de Lula, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou o presidente e descreveu suas palavras como vergonhosas e graves. Ele anunciou que o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, convocaria o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para uma "dura" repreensão formal.

"Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e fará isso ao mesmo tempo, em que defende o direito internacional", declarou nas redes sociais.

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O presidente de Israel, Isaac Herzog, também foi às redes sociais para dizer que condena veementemente a declaração do presidente do Brasil. Herzog disse que há uma "distorção imoral da história" e apela "a todos os líderes mundiais para que se juntem a mim na condenação inequívoca de tais ações".

Entidades e organizações também criticaram a declaração de Lula. A Conib (Confederação Israelita do Brasil) repudiou a fala. A instituição classificou a afirmação como "distorção perversa da realidade que ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes".

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"Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu", diz a Conib.

Entenda

A declaração de Lula foi dada durante entrevista coletiva realizada no último domingo (18), depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou o petista na ocasião.

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