Oposição critica Lula por defender cassação de parlamentares: ‘Autoritário’
Presidente defendeu ‘impeachment’ de deputados e senadores que ocuparam plenários e atrapalharam trabalho do Congresso
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A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados criticou, nesta sexta-feira (8), as declarações do presidente em defesa da cassação dos mandatos dos parlamentares que ocuparam as mesas do Congresso Nacional nesta semana em protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Conforme o grupo, as falas de Lula são “mais uma prova cabal de seu perfil autoritário, truculento e incompatível com a democracia”.
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Mais cedo nesta sexta, Lula disse que os parlamentares que participaram dos protestos deveriam perder o mandato. Segundo o presidente, os deputados e senadores que obstruíram os trabalhos legislativos e ocuparam os plenários de Câmara e Senado são traidores da pátria.
Lula fez a declaração durante anúncio de investimentos no Acre. O presidente também saiu em defesa do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, alvo de pedidos de impeachment por parlamentares.
“E você, [senador Sérgio] Petecão, por favor, não assine o pedido de impeachment do Alexandre de Moraes, porque ele está garantindo a democracia. Quem deveria ter o impeachment são esses deputados e senadores que ficam tentando fazer greve para não permitir que funcione a Câmara e o Senado, verdadeiros traidores da pátria”, disse Lula.
O pedido de impeachment contra Moraes, segundo a oposição no Senado, já conta com 41 assinaturas, número mínimo para que o requerimento seja apresentado.
Na avaliação da oposição, Lula “pretende criminalizar um ato político legítimo, realizado em um momento gravíssimo da vida nacional”.
A oposição relembrou ainda que, em anos anteriores, partidos aliados de Lula ocuparam as mesas da Câmara e do Senado, como à época impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e durante a prisão de Lula.
“Em todos esses episódios, a ocupação foi tratada pela imprensa e pelos próprios petistas como um ato político legítimo, sem qualquer ameaça de cassação de mandato”, prosseguiu a oposição.
O grupo ainda lembrou que, anteriormente, o PT foi contra a indicação de Moraes ao STF, alegando que ele não teria condições de ocupar o cargo. Moraes foi indicado ao posto pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2017.
“A Oposição na Câmara reafirma que não se intimidará com ameaças, intimidações ou tentativas de cassação. Continuaremos firmes, defendendo a Constituição, o Estado Democrático de Direito e o direito sagrado do povo brasileiro de ter representantes que não se curvem diante de abusos”, finalizou o grupo.
Ocupação no Congresso
Nesta semana, a oposição ocupou os plenários da Câmara e do Senado e anunciaram obstrução aos trabalhos legislativos após a prisão domiciliar de Bolsonaro.
Na Câmara, os deputados pleitearam a votação do projeto da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e da PEC do fim do foro privilegiado a políticos.
No Senado, o intuito foi pressionar o presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), a pautar o pedido de impeachment de Moraes. O grupo diz ter angariado 41 assinaturas.
Na Câmara, a oposição só desocupou o plenário após acordo com líderes partidários para votar o fim do foro e retomar as negociações sobre a anistia.
No Senado, o grupo saiu após considerar que alcançou bons resultados, a exemplo das assinaturas para o pedido de impeachment de Moraes e com as pautas da Câmara.
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