Paulo Pimenta diz que acesso de extremistas foi 'facilitado' e nove armas do GSI foram roubadas
Chefe da Secom avaliou a invasão nos Três Poderes como mais grave que o ataque ao Capitólio, nos Estados Unidos, em 2021
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou nesta segunda-feira (9) que o acesso dos extremistas à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi facilitado e que o grupo roubou ao menos nove armas de choque do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
"Foi facilitado o acesso dessas pessoas à Esplanada, porque havia acordo de que essas pessoas não chegariam até a Esplanada, de que essas pessoas não chegariam até as sedes dos Poderes", disse. Ele avalia que isso não poderia ocorrer sem que houvesse algum nível de comprometimento ou conivência por parte das autoridades.
Questionado sobre os danos causados pelos extremistas, o ministro-chefe da Secom explicou que a perícia ainda está sendo feita, mas que armas foram roubadas e extremistas já foram identificados.
"Evidentemente, está sendo feito um levantamento de patrimônio, de obras de arte que eventualmente possam ter desaparecido, documentos, HDs, armas que foram levadas da sala do do GSI. Eu pelo menos identifiquei nove armas, de choque, de uso do GSI, que estavam condicionadas em caixas. Pelo menos nove caixas ficaram vazias", acrescentou.
Extremistas que não aceitam a vitória de Lula nas urnas furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal e invadiram os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, neste domingo (8), em Brasília.
Diante do cenário, o presidente da República decretou intervenção federal na segurança do Governo do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro. O interventor escolhido por Lula é Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Segundo Pimenta, o gabinete de Lula está intacto, pois os extremistas não conseguiram acesso por causa da segurança. Pela manhã, o presidente da República se reuniu com os demais chefes de Poderes nessa sala.
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Capitólio
Na avaliação de Pimenta, a invasão de 8 de janeiro de 2023 é mais grave que o episódio ocorrido no Capitólio, nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021. Na ocasião, o ato foi liderado por apoiadores do ex-presidente Donald Trump que não também não aceitaram a derrota nas urnas.
"O que aconteceu no Brasil é mais grave do que ocorreu no Capitólio. O que nós assistimos nos Estados Unidos foi uma invasão ao Poder Legislativo. Aqui nós tivemos invasão nas sedes de todos os Poderes. Mas a pronta resposta ocorreu ontem mesmo; nós conseguimos que os três prédios fossem recuperados", avaliou Pimenta.