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PF faz operação contra aliados políticos de Bolsonaro

Agentes cumprem 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão

Brasília|Gabriela Coelho e Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

PF cumpre 4 mandados de prisão nesta quinta
PF cumpre 4 mandados de prisão nesta quinta Reprodução/PF

A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (8) uma operação em dez estados para apurar a participação de pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do ex-chefe do Executivo no poder.

Entre os alvos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa).

O R7 apurou que a PF foi à casa do ex-presidente em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde apreendeu o celular de Tércio Arnaud, um dos ex-assessores dele. Os agentes aplicaram outras medidas restritivas a Bolsonaro.

Também foi determinada a apreensão do passaporte do ex-presidente. Como o documento não estava na residência, os policiais deram 24 horas para que Bolsonaro o entregue.


Ao blog do Nolasco, o ex-chefe do Executivo falou sobre a operação e voltou a afirmar que se sente "perseguido". Sem citar o nome de Moraes, ele disse que "um cara quer dar um jeito de justificar o que ele colocou na cabeça, que houve tentativa de golpe".

ex assessor de Bolsonaro, Filipe Martins foi preso
ex assessor de Bolsonaro, Filipe Martins foi preso Reprodução Redes Sociais

A reportagemconfirmou que Filipe Martins, ex-assessor especial para assuntos internacionais de Bolsonaro, foi preso.


Ao todo, os agentes cumprem 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de sair do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

Os policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.


Segundo a PF, o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

"O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022", diz a corporação.

De acordo com a PF, o segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado.

Investigação mira atuação de militares

O R7 apurou que a PF investiga a forma de atuação dos militares em duas frentes:

• Produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas com o intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado. Incitavam outros militares a aderirem ao golpe de Estado, diretamente ou por meio de influenciadores nas redes sociais.

• Apoio às ações golpistas, reuniões e planejamentos de ações para manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo mobilização, logística e financiamento de militares das Forças Especiais.

Lista dos alvos da operação da PF desta quinta

• 1. Major da reserva Angelo Martins Denicoli;

• 2. Cel. Guilherme Marques Almeida;

• 3. Tenente-Coronel Hélio Ferreira Lima;

• 4. Tenente-Coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros;

• 5. General Walter Souza Braga Netto;

• 6. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho;

• 7. Ailton Gonçalves Moraes Barros;

• 8. Cel. Bernardo Romão Corrêa Neto;

• 9. Almirante Almir Garnier Santos;

• 10. General Mário Fernandes;

• 11. General Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira;

• 12. General de brigada reformado Laércio Vergílio;

• 13. General Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira;

• 14. General Augusto Heleno Ribeiro Pereira;

• 15. Major Rafael Martins De Oliveira;

• 16. Coronel Da Reserva Marcelo Costa Câmara;

• 17. Filipe Martins;

• 18. Amauri Feres Saad;

• 19. Anderson Torres;

• 20. Cleverson Ney Magalhães;

• 21. Eder Lindsay Magalhães Balbino;

• 22. Jair Bolsonaro;

• 23. José Eduardo de Oliveira e Silva;

• 24. Mário Fernandes;

• 25. Ronald Ferreira de Araújo Júnior;

• 26. Tércio Arnaud;

•27. Valdemar da Costa Neto.

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