O presidente do STF (Supremo Tribunal federal), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quinta-feira (27) que a Corte sabe o que passou para “evitar um colapso das instituições e um golpe de Estado” no Brasil. A reação ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticar o bloqueio de redes sociais por autoridades brasileiras. “Nós bem sabemos o que tivemos que passar para evitar o colapso das instituições e um golpe de estado aqui no Brasil. A tentativa de fazer prevalecer a narrativa dos que apoiaram o golpe fracassado não haverá de prevalecer entre as pessoas verdadeiramente de bem e democráticos. O Supremo Tribunal Federal continuará a cumprir o seu papel de guardião da Constituição e da democracia”, disse. Na mesma sessão, o ministro Alexandre de Moraes lembrou que é aniversário de 73 anos da primeira reunião realizada pela ONU (Organização Das nações Unidas) com o mesmo ideário: luta contra o fascismo e imperialismo em todas as suas formas. O ministro também lembrou que o Brasil deixou de ser colônia em 7 de setembro de 1822. “Estamos construindo uma república melhor, independente e democrática. O que a vida quer da gente é coragem”, disse Moraes. Na quarta-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores respondeu à nota da gestão do presidente Trump. O Executivo defendeu a atuação do STF (Supremo Tribunal Federal) e destacou que “rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais”. Na última sexta (21), o ministro do STF Alexandre de Moraes bloqueou a rede social de vídeos Rumble, por descumprir ordens da Corte e não indicar um representante legal no Brasil.“O respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, compartilhou o órgão norte-americano.Nesta semana, a juíza Mary S. Scriven, da Justiça Federal da Flórida, negou o pedido de uma liminar apresentada pela Rumble e pela Trump Media & Technology, empresa do presidente dos Estados Unidos, para que as decisões de Moraes não sejam cumpridas nos EUA.O STF vai analisar o tema no plenário virtual da Primeira Turma entre os dias 7 e 14 de março. Os magistrados vão decidir se mantêm a decisão do ministro. Na modalidade virtual, não há discussões, e os votos são registrados no sistema do Supremo. Se houver pedido de vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso, o julgamento é suspenso. Caso haja um pedido de destaque, o caso é levado ao plenário.