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R7 Brasília

'Só não recua quem é ditador', diz ex-presidente Michel Temer

Temer ajudou Bolsonaro na elaboração da carta em que o atual presidente adotou postura de conciliação após críticas ao STF

Brasília|Alan Rios, do R7, em Brasília

Figuras políticas elogiaram pacificação e defenderam processos democráticos
Figuras políticas elogiaram pacificação e defenderam processos democráticos

O ex-presidente Michel Temer afirmou que recuar é uma ação normal do regime político. Ele fez uma fala curta, nesta quarta-feira (15), durante um evento online que reuniu representantes de diferentes partidos e outros ex-presidentes.

“Se eu erro, eu recuo. O recuo é algo da democracia, só não recua quem é ditador”, avaliou. Ainda que não tenha citado nominalmente Jair Bolsonaro, Temer fez referência aos últimos passos do presidente na condução do país.

Após participar das manifestações de 7 de Setembro e criticar o Supremo Tribunal Federal (STF), o atual presidente pediu auxílio do antecessor para recuar e pacificar a crise criada.

Temer também fez ponderações sobre o período em que ocupou a presidência e as diferenças de comando dos chefes de Estado. “Fizemos reformas fundamentais, recuperamos o PIB, tivemos queda da inflação, do juros e conquistamos uma certa pacificação do país. Chegamos ao fim com saldo muito positivo. Prezávamos muito pelas instituições, e por isso chegamos até esse ponto. Louvo muito o comportamento daqueles aguerridos na ação e nas palavras, é fundamental isso. Agora, cada um tem o seu temperamento. O meu temperamento é pela conciliação, harmonia”, disse.


FHC

Fernando Henrique Cardoso também esteve presente no evento, ressaltando que o Brasil está em um momento de “toque de alerta”. “O presidente tem arroubos que não são condizentes com o regime da democracia”, criticou. Posicionamento semelhante foi manifestado por Roberto Freire, presidente do Cidadania.


“Não vamos nos iludir, não estamos reunidos para uma ode à democracia, mas para empreendermos uma luta para mantê-la. Temos graves problemas, e não são disfuncionalidades das instituições, nós temos um disfuncional na presidência da República”, opinou. O debate foi aberto por outro ex-presidente da República, José Sarney. 

O evento foi promovido pela Fundação Astrojildo Pereira, instituição que tem como objetivo promover análises, estudos e debates das questões da atualidade brasileira. O ciclo de debates continua até 24 de setembro.

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