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STJ adia para março julgamento do recurso de Adriana Villela, do Crime da 113 Sul

Filha do casal assassinado foi condenada a 67 anos de prisão no julgamento mais longo da história do DF e recorreu da decisão

Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília e Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window

Julgamento de Adriana Villela durou 10 dias, em 2019
Julgamento de Adriana Villela durou 10 dias, em 2019 Reprodução/RECORD - Arquivo/Reprodução/RECORD - Arquivo

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) adiou para 11 de março o julgamento do recurso de Adriana Villela, condenada pelo Crime da 113 Sul. Ela foi condenada a 67 anos e 6 meses de prisão em 2019 e teve a pena reduzida para 61 anos em 2022, mas recorreu da decisão e aguarda em liberdade.

Em setembro de 2024, assistentes de acusação fizeram um pedido de prisão imediata baseado em um entendimento firmado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que autoriza a prisão imediata de condenados pelo tribunal do júri, mesmo que eles recorram da decisão — que é o caso de Villela.

O pedido foi feito primeiro ao TJDFT (Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios), que decidiu que a competência de julgar caberia ao STJ, já que essa é a corte que vai julgar o recurso.

Em dezembro, ministro Rogerio Schietti Cruz, do STJ, decidiu não acatar o pedido. Segundo ele, o recurso está em curso há mais de 5 anos, de modo que “não há prejuízo, após tantos anos, de se aguardar mais 2 meses para o desfecho processual”.


Relembre o crime

O assassinato do ministro aposentado do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) José Guilherme Villela, a esposa dele, Maria Villela, e a empregada doméstica Francisca Nascimento completou 15 anos em agosto de 2024. Em 31 de agosto de 2009, as vítimas foram encontradas mortas em um apartamento do bloco C da quadra 113 Sul. Os corpos tinham recebido, ao todo, 78 facadas.

A investigação foi cercada por interesse midiático e controvérsias. A delegada do caso, Martha Vargas, ouviu uma “vidente” como parte do inquérito, plantou e alterou provas, inseriu informações e declarações falsas que geraram relatório distorcido e incriminou inocentes. Em agosto de 2016, ela foi condenada a mais de 16 anos de prisão por falsidade ideológica, fraude processual, violação de sigilo funcional e tortura.


Na mesma época, o agente da Polícia Civil José Augusto Alves, que também participou das investigações do caso, foi condenado a três anos, um mês e dez dias de reclusão pela prática do crime de tortura.

Após a troca no comando das investigações e depois de mais de um ano de apuração, foram presos por confessar o triplo assassinato:


  • Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio onde o casal morava;
  • Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo; e
  • Francisco Mairlon Barros Aguiar.

Em 2012, os assassinos confessos do casal e da empregada doméstica foram condenados a 55 anos de prisão pelo júri popular.

Dez anos depois do crime, a filha do casal, Adriana Villela, foi condenada por ser a mandante. O julgamento dela foi o mais longo da história do Distrito Federal. Ele começou em 23 de agosto de 2019 e durou dez dias, com um total de 103 horas.

No fim, ela foi condenada a 67 anos e seis meses de reclusão em regime fechado, com diminuição para 61 anos e três meses após recurso. A defesa de Adriana recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e pediu um novo julgamento. Ela aguarda em liberdade.

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