Tebet diz que 'pensou duas vezes' antes de assumir Planejamento por 'divergências econômicas' com o PT
A ministra participou hoje da conferência Lide, realizada em Portugal, com a presença de políticos, ministros e empresários
Brasília|Do R7
Durante participação no evento Lide Brazil Conference, que reúne em Portugal mais de 250 empresários, ministros e outras autoridades brasileiras e portuguesas, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse, neste sábado (4), que as divergências que ela tem com o Partido dos Trabalhadores (PT) na área econômica a fizeram "pensar duas vezes" antes de assumir o cargo no primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao falar sobre o apoio a Lula no segundo turno das eleições e sobre o convite para assumir a pasta do Planejamento, Tebet, que é do MDB, destacou que pensou em não aceitar o cargo. "Temos as nossas diferenças, os partidos que se aliaram ao presidente Lula. Eu mesma pensei duas vezes antes de assumir o Ministério do Planejamento, diante de algumas divergências na visão econômica", afirmou Tebet.
Em seguida, ela explicou que "o que nos une é infinitamente maior do que aquilo que nos separa. Temos divergências, mas não temos antagonismo, e isso faz toda a diferença". A ministra não detalhou as propostas que estão sendo discutidas no ministério, mas afirmou que a determinação do presidente Lula é "acabar com a miséria, diminuir a pobreza e tirar o Brasil do mapa da fome".
Essa não é a primeira vez que Simone Tebet reforça a divergência econômica que tem com o PT. Durante a posse dela no Planejamento, em 5 de janeiro, a ministra disse ter avisado ao chefe do Executivo sobre divergências de pensamento na área econômica, em relação ao grupo petista, e sinalizado mais afinidade com a área social.
O evento de que Tebet participou começou na sexta-feira (3) e acaba hoje, sábado (4). Também participam do encontro os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski, o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, o ex-presidente da República Michel Temer, entre outras personalidades.
'Operação tabajara'
Durante a participação na sexta, o ministro Alexandre de Moraes disse que o suposto plano para gravar conversas comprometedoras dele para anular as eleições foi uma "tentativa de uma operação tabajara, que mostra exatamente o ridículo a que nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil".
Moraes afirmou ainda que, ao ouvir o relato do senador Marcos do Val (Podemos-ES), ele propôs ao parlamentar que prestasse um depoimento naquela hora, o que foi negado. O ministro disse também que as investigações sobre os financiadores dos atos do dia 8 de janeiro estão bem avançadas.
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O senador Marcos do Val disse a jornalistas na quinta-feira (2) que o ex-deputado federal Daniel Silveira tinha pedido a ele que tentasse gravar Moraes para obter alguma declaração que configurasse parcialidade na atuação do ministro. A ideia seria tirar Moraes da presidência dos inquéritos que apuram atos contrários à Constituição, além de anular a última eleição presidencial.