Veja a lista completa dos primeiros convocados a depor na CPMI do 8 de Janeiro
Rodada de depoimentos deve começar com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, na próxima terça-feira (20), segundo a relatora
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro aprovou, nesta terça-feira (13), uma série de convocações de pessoas que podem ter ligação com os atos de vandalismo às sedes dos Três Poderes. As convocações miram, em parte, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, preso na operação da Polícia Federal que investiga suposto esquema de fraude em dados de vacinação contra a Covid-19.
Diferentemente de convidados, as pessoas que são convocadas a depor em uma CPI são obrigadas a comparecer ao colegiado. A data dos depoimentos ainda não foi marcada, mas, segundo a relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a tendência é que as audiências com os convocados comecem na próxima reunião da CPMI, na terça-feira (20). Anderson Torres deve ser o primeiro nome a ser ouvido.
Veja a lista completa:
• Adauto Lucio de Mesquita, empresário mencionado em relatório da PCDF, suspeito de ter coordenado o financiamento do acampamento no QG do Exército;
• Ailton Barros, militar da reserva que foi preso na operação da PF sobre fraudes em cartões de vacinação;
• Ainesten Espírito Santo Mascarenhas, empresário investigado por participação na depredação das sedes dos Três Poderes;
• Alan Diego dos Santos, condenado por ter tentado explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022;
• Albert Alisson Gomes Mascarenhas, empresário que participou da depredação das sedes dos Três Poderes;
• Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
• Antônio Elcio Franco Filho, ex-número 2 da Saúde, investigado pela PF por ter tramado um suposto plano de golpe de Estado;
• Argino Bedin,empresário suspeito de ter financiado os atos de vandalismo;
• Augusto Heleno, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil e ex-ministro-chefe de Segurança Institucional;
• Diomar Pedrassani, empresário suspeito de ter financiado os atos extremistas;
• Edilson Antonio Piaia, produtor rural investigado pelo uso de caminhões para bloqueio de rodovias;
• Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal;
• Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal;
• George Washington de Oliveira Sousa, condenado por ter tentado explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022;
• Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP);
• Jeferson Henrique Ribeiro Silveira, motorista acusado de participação na tentativa de atentado a bomba no Aeroporto de Brasília;
• Jorge Teixeira de Lima, coronel, ex-comandante do Departamento Operacional da PMDF;
• José Carlos Pedrassani, empresário suspeito de ter financiado os atos de vandalismo;
• Joveci Xavier de Andrade, empresário suspeito de ter financiado os atos de vandalismo;
• Júlio Danilo Souza Ferreira, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
• Leandro Pedrassani, empresário suspeito de ter financiado os atos de vandalismo;
• Leonardo de Castro, diretor de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal;
• Marcelo Fernandes, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
• Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército, preso na operação da PF que investiga suposto esquema de fraude em dados de vacinação contra a Covid-19;
• Marília Ferreira de Alencar, ex-subsecretária de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal;
• Márcio Nunes de Oliveira,ex-delegado-geral da Polícia Federal;
• Milton Rodrigues Neves, delegado da Polícia Federal;
• Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP);
• Robson Cândido, delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
• Roberta Bedin, empresária suspeita de ter financiado os atos de vandalismo;
• Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;
• Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
• Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro; e
• Wellington Macedo de Souza, blogueiro envolvido no episódio da tentativa de ataque a bomba no Aeroporto de Brasília.
Convocações rejeitadas
Por outro lado, a maioria dos parlamentares rejeitou a convocação de nomes como o do ex-ministro do GSI Gonçalves Dias e o do atual ministro da Justiça, Flávio Dino. Dias era o chefe da segurança do Palácio do Planalto em 8 de janeiro e pediu demissão do cargo depois do vazamento de imagens em que ele aparece circulando pela sede do Poder Executivo entre os invasores durante a manifestação. Já Dino é acusado por parlamentares da oposição de omissão durante os atos antidemocráticos.
Outro nome que foi poupado de dar explicações na comissão neste primeiro momento foi o de Ricardo Cappelli. O requerimento que pedia que el comparecesse à CPMI, na condição de convidado, foi retirado da pauta após a pressão da ala governista. Cappelli foi o responsável pela intervenção federal na segurança do DF e é atualmente o ministro interino do GSI.
Para a relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), a investigação precisa seguir uma ordem cronológica. "No plano de trabalho, eu cito o Gonçalves Dias e outras personalidades que julgo ser importantes, mas vamos seguir uma lógica. Temos seis meses de trabalho, alguém que eventualmente não foi [convocado] agora certamente será na segunda rodada, com a certeza de que todos serão ouvidos", afirmou.
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Os pedidos de quebra de sigilo de documentos, contas bancárias e ligações telefônicas dos investigados também foram retirados da pauta desta terça. Ainda hoje, o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da CPMI, deve se encontrar com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para tratar do compartilhamento de documentos sigilosos relacionados aos atos extremistas. A ideia é acordar a liberação de informações antes de votar pedidos, para evitar conflitos com o Judiciário.