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Veja os planos do Governo do DF para a mobilidade urbana nos próximos 4 anos

Revisão do Plano Diretor de Transporte Urbano e aumento da frota de ônibus e de trens do Metrô estão entre os projetos

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

Rodoviária do Plano Piloto
Rodoviária do Plano Piloto Rodoviária do Plano Piloto

O aumento em 20% da frota de ônibus e do número de trens da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) de 32 para 40 estão entre os planos do Governo do Distrito Federal (GDF) para o transporte coletivo de passageiros nos próximos quatro anos.

De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade Urbana do DF, Valter Casimiro, a meta é oferecer as condições para que o brasiliense troque o carro pelo transporte público.

O secretário conversou com o R7 sobre os projetos e os desafios que o Governo do DF vai enfrentar na mobilidade urbana na próxima gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB). No caso do Metrô, também está nos planos a construção de novas estações em Ceilândia, Samambaia e Asa Norte, além da construção e a ampliação de terminais rodoviários e paradas cobertas em todas as regiões administrativas. Também está no plano a implementação dos estacionamentos rotativos na área central de Brasília.

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Outra meta do Executivo local é revisar o Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do Distrito Federal (PDTU). O plano é a modernizar a lei sobre a gestão do transporte urbano na capital, que é considerada desatualizada.

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A modernização do texto vem após 10 anos da criação do Comitê de Revisão do PDTU. De acordo com Valter Casimiro, o texto atualizado deve ficar pronto até o fim de 2023. A mudança da cultura brasiliense do veículo individual para o transporte coletivo de passageiros é uma necessidade há muito destacada por especialistas em mobilidade. 

Quatro Eixos

O secretário dividiu os projetos em quatro eixos, transporte público e equipamentos, infraestrutura para toda a mobilidade do DF, mobilidade ativa e parcerias – que inclui a concessão para exploração da Rodoviária do Plano Piloto. A primeira parte é a que trará a renovação da frota e a construção dos terminais e paradas cobertas.

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Entre os terminais previstos para a próxima gestão estão o de integração entre Planaltina e Sobradinho, o terminal de integração da Asa Norte, a ampliação do terminal de Santa Maria, e a criação de novos terminais em Arapoanga, Estrutural, Arniqueira, Vicente Pires, Candangolândia e Jardim Botânico, além da conclusão das obras do Itapoã, Sol Nascente, Varjão, bem como o término da reforma do terminal do Gama.

A Secretaria de Mobilidade também discute com o Ministério do Desenvolvimento Regional para que o governo federal passe a participar do pagamento da chamada tarifa técnica, um subsídio do Executivo local para financiar uma parte do pagamento das passagens de ônibus. E na parte de mobilidade ativa, a meta é construir mais 130 quilômetros de ciclovias e interligar as que já existem.

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A criação de novas linhas exclusivas para ônibus e a ampliação dos BRTs também estão na fila de projetos do governo. “O BRT Norte tem que sair logo. O governador já determinou. Há, também, o complemento do BRT Sul, ligando a estação do Park Way até a Asa Sul. Tem o BRT Sudoeste, que pega Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo 1 e 2 e Candangolândia, onde vai integrar com o BRT Sul. Temos que diminuir o tempo de permanência do passageiro no transporte público e fazer integração com o Metrô para aumentar a oferta”, afirmou.

PDTU deficitário

O especialista em mobilidade e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques destaca que dos projetos que o governo pretende tirar do papel nos próximos quatro anos, o maior desafio é o PDTU, que já passou por várias gestões sem revisão e sofreu mais um atraso por conta da pandemia de Covid-19. “O plano atual é insuficiente para o DF. É atrasado”, explica.

“O DF vem experimentando saturação das vias, aumento da frota, risco de ficar como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) e isso nunca foi revisto. Continuamos extremamente dependentes do carro. E tem efeitos ainda mais graves em relação aos desafios climáticos. É preciso rever a matriz energética e a mobilidade é um setor importante na emissão de gases do efeito estufa”, alerta.

Passeio ciclístico da ONG Rodas da Paz em Brasília
Passeio ciclístico da ONG Rodas da Paz em Brasília Passeio ciclístico da ONG Rodas da Paz em Brasília

A coordenadora da Organização Não Governamental (ONG) Rodas da Paz, Renata Aragão, sugere um complemento aos planos do governo. Ela destaca a importância da redução da velocidade média das vias dentro das cidades, que torna o trânsito mais seguro para pedestres e ciclistas. “A velocidade é causadora dos agravos dos acidentes, das mortes e dos ferimentos graves. Estatisticamente, a velocidade é a grande vilã”, destaca.

Renata elogia o projeto de ampliação das ciclovias e também pede que a verba dos estacionamentos rotativos seja toda destinada para a mobilidade urbana e maior esclarecimento de como vai funcionar à população. “A cobrança do estacionamento é ligada a uma melhoria do transporte público. Mas é uma mudança que não é bem informada. Não há campanha de esclarecimento para que as pessoas compreendam ou aceitem”, apontou.

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