Vice-presidente da Caixa renuncia após denúncias de assédio
Celso Leonardo Barbosa é investigado pelo Ministério Público do Trabalho por denúncias feitas por funcionárias
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
![Celso Leonardo Barbosa também deixa a Caixa após denúncias de assédio](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/YG6RVK6KYRMELBKQGJLKBC634M.jpg?auth=51f7509ffdf326f2973ac93ea46638e3c70c957c515169234a55ca24c367ea5c&width=1079&height=1037)
O vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa Econômica Federal, Celso Leonardo Barbosa, deixou o cargo nesta sexta-feira (1º). O banco emitiu nota em que comunica que acatou a carta de renúncia de Celso Leonardo Barbosa. Ele é investigado pelo Ministério Público do Trabalho por, supostamente, também estar envolvido em episódios de assédio.
A possibilidade de Barbosa ser afastado tinha começado a circular após ele também ser citado por funcionárias do banco em acusações de assédio. Um procedimento de investigação foi aberto pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) na quarta-feira (29). Segundo o documento do MPT, Barbosa é suspeito de ser alguém que "causaria temor" às mulheres que trabalham na instituição.
No documento, o MPT também notifica a Caixa da obrigação de informar a relação de denúncias de assédio sexual enviadas ao canal interno do banco desde 2019, indicando o desfecho de cada uma delas. Confira:
![Celso Leonardo Barbosa, MPT](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/KEZGBJGFPBP33KEHJ43UTJLAPQ.jpg?auth=2d71ae672c988882bc91e974320ad6936570f02767d09a45a3dc34847dcacdbc&width=770&height=1102)
Barbosa era o braço direito do ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães, demitido após a divulgação de uma série de denúncias de assédio sexual e moral. As suspeitas foram reveladas pelo portal Metrópoles.
De acordo com as denúncias reveladas pelo portal, Pedro Guimarães teria assediado funcionárias do banco em eventos e viagens de trabalho, especialmente em ações do Caixa Mais Brasil, programa criado pelo executivo para dar visibilidade à Caixa em todo o país. Há denúncias de aproximação física e toques indesejados.
Fontes ouvidas pelo R7 no MPF confirmaram a investigação e afirmaram que as diligências estão sendo feitas sob sigilo na Procuradoria da República no Distrito Federal, já que o economista não tem foro privilegiado. A presidente do TCU, Ana Arraes, já confirmou a investigação da entidade sobre os mecanismos da Caixa para combater esse tipo de assédio.
Em nota, a Caixa disse que está avaliando as demandas do MPT e que enviará as respostas dentro do prazo da notificação, que é de dez dias. "O banco presta irrestrita colaboração com os órgãos de controle e fiscalização e está comprometido com a melhoria constante dos seus canais de denúncia e mecanismos de apuração e proteção aos empregados", informou.
Na manhã desta sexta-feira, a advogada Luciana Pires, que defende Barbosa, disse que "não existe nada em desfavor do vice-presidente", mas que "não vê impedimento no afastamento voluntário, embora ainda não tenha ocorrido [até aquele momento], para garantir a integridade e imparcialidade das investigações".
Também durante a manhã, o ex-vice-presidente disse que estava "tudo bem" após ser questionado sobre a situação dele depois das denúncias.