Cladir Vargas Miranda, 66 anos, foi presa na manhã desta terça-feira (1º), por policiais de Aquidauana, cerca de 140 quilômetros de Campo Grande. Cladir será encaminhada para Campo Grande, onde prestará esclarecimentos sobre o caso do menino de quatro anos, torturado em supostos rituais de magia negra.
A idosa é mãe da tia do menino, chamada de "avó adotiva", e é acusada de ser mentora dos rituais, onde a criança era violentamente agredida. Esses rituais eram feitos pelos tios Arnaldo Pavão, de 46 anos, Conceição Vargas da Cruz, de 31, e o primo do casal Giovani da Silva Ortiz, 18 anos. Os três estão presos.
Nos depoimentos, eles disseram que durante as sessões agiam “possuídos” por entidades espirituais
Montagem R7/ Divulgação
O menino de cinco anos que foi resgatado após sofrer torturas durante supostos rituais de magia negra está internado na Santa Casa de Campo Grande. Entre várias agressões, o garoto teve unhas das mãos e dos pés arrancadas e pinga quente jogada nos olhos. Ele corre o risco de ficar cego.
Detentas do Estabelecimento Penal Feminino de Corumbá, em
Corumbá (MS), fizeram um motim em protesto contra a presença de Conceição
Vargas da Cruz, de 31 anos. A mulher, o marido e um primo são suspeitos de
torturarem um menino de cinco anos durante supostos rituais de magia negra em
Campo Grande
Reprodução/ Diário Digital
Segundo o Portal Diário Digital, logo que souberam da
chegada de Conceição à unidade prisional, as presas iniciariam o motim, com
gritos, "panelaço" e fumaça. Três detentas se feriram e precisaram de
atendimento médico em um pronto-socorro.
Conceição está detida em uma área isolada do presídio
Reprodução/ Diário Digital
Conceição e Arnaldo Pavão, de 46 anos, são tios da vítima e foram presos na terça-feira (23) em Campo Grande. De acordo com o Diário Digital, o caso foi descoberto porque duas funcionárias do abrigo foram fazer uma visita e perceberam que a criança estava bastante machucada
Reprodução/ Diário Digital
Boletim médico divulgado pela Santa Casa informou que o menino
está consciente e passou por procedimento de drenagem cirúrgica de abscesso
extenso na orelha esquerda. Devido às torturas, a criança corre o risco de
perder a visão
Divulgação
As agressões teriam começado em maio de 2015, quando o casal
conseguiu a guarda do menino. A criança sofria diversos tipos de agressões,
como queimaduras, e teve unhas do pé arrancadas. Além disso, ele ficava sem
comer por dias e amarrado
Divulgação
Em depoimento, a tia afirmou que, quando conseguiu a guarda
do menino, já tinha a intenção de usá-lo no ritual. As sessões de tortura
aconteciam até quatro vezes na semana, durante nove meses
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Ainda segundo a polícia, os torturadores esquentavam pinga e
jogavam na vítima, principalmente no olho, a queimavam com charuto, e a
agrediam com cabo de vassoura. A criança corre o risco de perder a visão. Na foto, Giovani
da Silva Ortiz, primo da vítima
Reprodução/ Diário Digital
O casal responderá por tortura qualificada e abandono de
incapaz. O primo do casal, Giovani da Silva Ortiz, de 18 anos, foi preso em Aquidauana.
Ele confessou o crime.