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Alta do petróleo e clima impactam inflação, diz Campos Neto

Para presidente do Banco Central, país enfrenta um momento de inflação alta associada a uma inflação importada

Economia|Do R7

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de cerimônia no Palácio do Planalto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de cerimônia no Palácio do Planalto O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de cerimônia no Palácio do Planalto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (20) que a inflação no Brasil é impactada pela recente alta nos preços de petróleo e questões climáticas, com fortes chuvas em regiões do Brasil e seca em outras áreas.

Em evento promovido pelo Santander, Campos Neto disse que esses fatores já provocaram um pequeno crescimento das expectativas de mercado para a inflação e serão levados em consideração nas análises do Banco Central.

Campos Neto disse ainda que o Brasil enfrenta um momento de inflação alta associada a uma inflação importada, fator relacionado ao patamar de preços no exterior e taxa de câmbio.

O presidente do BC repetiu que a inflação está subindo em todo o mundo, mas reconheceu que o Brasil é um destaque. Ele enfatizou que a percepção das pessoas, inclusive, é de alta de preços maior do que os indicadores mostram.

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"O Brasil é um caso de destaque em inflação de emergentes. Há uma onda de aumento de juros por diversos países. Agora, todos estão olhando o que os Estados Unidos irão fazer. A precificação de alta de juros nos EUA está aumentando, com Fed mais agressivo. Mas estamos vendo os mercados se acomodarem bem a esse cenário", afirmou.

Campos Neto voltou a argumentar que o Brasil foi o país que mais subiu os juros em 2021, com a Selic passando de 2% ao ano para 9,25% em dezembro. "A curva de juros longo prazo continua com muito prêmio, e muito disso tem a ver com o risco fiscal", enfatizou.

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Inflação de 12 meses

Após prever que o pico da inflação em 12 meses no Brasil seria em setembro, depois em outubro, depois em novembro, o presidente do Banco Central argumentou que "a inflação em 12 meses no Brasil está perto do pico". "Expectativas de inflação tem subido um pouco com preços de petróleo e clima. Nos últimos dias, houve aumento de preços de petróleo e problemas climáticos. Mas estamos focados na parte estrutural da inflação", afirmou.

Mais uma vez, Campos neto justificou parte do estouro da meta em 2021 pela inflação importada, sobretudo pelo custo de commodities e combustíveis no mercado internacional. "Se a inflação de energia no Brasil fosse igual à média de outros países, o IPCA seria menor que o CPI/EUA em 2021", alegou.

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Campos Neto lembrou ainda que o ajuste fiscal que o Brasil fez entre 2020 e 2021 foi muito maior que esperado pelos mercados. "Mas a dinâmica da dívida está criando muito ruído. Brasil fez grande redução fiscal, com leve superávit em 2021", acrescentou.

O presidente do Banco Central disse também que a inércia inflacionária é maior quando a inflação é mais alta, considerando o mesmo coeficiente de inércia. "A questão é se esse coeficiente aumentou devido à persistência da inflação. Quando rodamos nossos modelos, não achamos isso. Mas reconhecemos que, mesmo com o mesmo coeficiente, a inflação maior em 2021 traz mais contaminação para 2022", afirmou.

Monitorados

Campos Neto disse ainda que a autoridade monetária tem prestado atenção especial nos preços administrados, que devem continuar crescendo em 2022. "O aumento de tarifas monitoradas tem sido menor do que esperava, mas, se tivermos uma reversão nessa tendência, com um número mais alto do que esperamos, isso pode ser um problema. Olhamos isso Estado por Estado. A perspectiva é de que os preços administrados estão sob controle, mas ainda há um grande grau de incerteza", afirmou.

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