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Após novas críticas de Lula ao BC, dólar volta a subir e bate R$ 5,70

Em entrevista, presidente afirmou que há um ‘jogo de interesse especulativo’ contra o real e que Campos Neto tem viés político

Economia|Do R7

Moeda americana bateu R$ 5,70 nesta terça Ricardo Stuckert / PR

O dólar voltou a operar em alta e bateu R$ 5,70 na tarde desta terça-feira (2). É o maior valor desde janeiro de 2022. A alta ocorre após a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que há um “jogo de interesse especulativo” contra o real. Em entrevista na manhã desta terça, o petista afirmou que o governo federal pode tomar providências em relação à especulação financeira que tem fomentado a alta da moeda americana contra o real.

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Além disso, o chefe do Executivo voltou a dizer que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem viés político.

“O Banco Central tem uma função que é cuidar da política monetária, de atingir a meta da inflação. Nós acabamos de aprovar a meta contínua de 3% e vamos tentar buscar isso. O que não dá é ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Definitivamente, acho que ele tem viés político. Mas não posso fazer, ele tem mandato e tenho que esperar terminar o mandato”, completou.

As declarações foram dadas por Lula durante entrevista para uma rádio baiana. Recentemente, o presidente afirmou que o preço do dólar tem subido devido ao processo de especulação financeira e sugeriu que o Banco Central investigasse a medida. A reportagem procurou a instituição diversas vezes, mas não obteve nenhum retorno.


A moeda americana acumulou altas de 6,43% em junho e de 15,14% no primeiro semestre, o maior salto neste ano entre os emergentes relevantes e também a mais alta variação ante o real desde 2020.

Investidores locais olham também uma nova piora nas expectativas de inflação para este ano no Boletim Focus, embora para 2025, que está na mira do Banco Central, a projeção para IPCA tenha ficado estável.


No Focus, a mediana para o IPCA de 2024 passou de 3,98% para 4%, já 1 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3%. Um mês atrás, era de 3,88%.

Investidores locais olham também uma nova piora nas expectativas de inflação para este ano no Boletim Focus, embora para 2025, que está na mira do Banco Central, a projeção para IPCA tenha ficado estável.


No Focus, a mediana para o IPCA de 2024 passou de 3,98% para 4%, já 1 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3%. Um mês atrás, era de 3,88%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, garantiu que não há nada que o governo planeje fazer para conter a alta do dólar a não ser “acertar a comunicação” sobre a autonomia do BC e a “rigidez” do arcabouço fiscal.

“Nossa agenda com Lula amanhã é exclusivamente agenda fiscal. Não sei de onde sai esse rumor. Aqui na Fazenda estamos trabalhando com agenda eminentemente fiscal com o presidente. O melhor a fazer para conter dólar é acertar a comunicação, tanto em relação a autonomia do Banco Central, como o presidente fez hoje de manhã, quanto em relação ao fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do BC e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas. Questão mais de comunicação do que qualquer outra coisa”, afirmou o ministro.

Nesta segunda-feira, 1º, o dólar à vista fechou cotado a R$ 5,65 maior valor desde 10 de janeiro de 2022. A desvalorização do real ocorre em um ambiente externo desfavorável, com expectativa de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos e incertezas sobre a corrida eleitoral americana.

Além disso, analistas do mercado financeiro apontam uma crise de confiança no governo Lula. Há ceticismo sobre o cumprimento do novo arcabouço fiscal, com a resistência do presidente em cortar gastos e o esgotamento das medidas de aumento de arrecadação.

Reunião com Lula

De acordo com Haddad, na reunião com Lula programada para esta quarta-feira (3), a ideia é apresentar propostas que assegurem o cumprimento do arcabouço fiscal em 2024, 2025 e 2026 – último ano do atual mandato do petista. O ministro não quis cravar uma data para divulgação de medidas e destacou que as equipes estão trabalhando no tema há 60 dias.

“Não estou querendo marcar data porque estamos há 60 dias trabalhando nisso. O presidente está mobilizando Planejamento, Casa Civil e Fazenda para não só elaboração do orçamento de 2025 mas como para execução orçamentária de 2024. E ele está preocupado, hoje mesmo falou disso, elogiou o arcabouço fiscal, elogiou a autonomia do BC, e é nessa linha que vamos despachar com ele amanhã. Esses rumores eu sinceramente penso que é de gente interessada Não sei de onde saem essas questões. Quando me perguntam, eu respondo no que estamos trabalhando, que é na agenda fiscal”, concluiu o ministro.

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