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R7 Brasília

Lula diz que governo pode tomar medidas contra alta do dólar: ‘Não é normal’

Presidente volta a criticar a instituição responsável pela política monetária; BC foi procurado, mas não se pronunciou

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Lula em agenda Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (2) que o governo federal pode tomar providências em relação à especulação financeira que tem fomentado a alta do dólar contra o real. “Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real nesse país. E eu tenho conversado com as pessoas, o que a gente vai fazer, quarta-feira eu vou voltar [para Brasília], tenho reunião, porque não é normal o que está acontecendo”, disse Lula.

Além disso, o chefe do Executivo voltou a dizer que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem viés político. “O Banco Central tem uma função que é cuidar da política monetária, de atingir a meta da inflação. Nós acabamos de aprovar a meta contínua de 3% e nós vamos tentar buscar isso. O que não dá é ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Definitivamente eu acho que ele tem viés político. Mas não posso fazer, ele tem mandato e tenho que esperar terminar o mandato”, completou.

As declarações foram dadas por Lula durante entrevista para uma rádio baiana. Recentemente, o presidente afirmou que o preço do dólar tem subido devido ao processo de especulação financeira e sugeriu que o Banco Central investigasse a medida. A reportagem procurou a instituição diversas vezes, mas não obteve nenhum retorno.

Na entrevista desta terça, Lula falou também que “a gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do Banco Central não fique vulnerável às pessoas políticas”.


De acordo com ele, o órgão “não pode estar a serviço do sistema financeiro, do mercado”.

O mandato de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central termina em dezembro. Na ocasião, Lula deverá indicar um novo presidente da instituição. Um dos cotados para o cargo é do economista Gabriel Galípolo.

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