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Juros do cartão de crédito têm segunda queda mensal seguida e atingem menor nível em 16 meses

Taxa do cheque especial, segunda linha de crédito mais cara, voltou a ficar mais cara em fevereiro e chegou a 131,8% ao ano, diz BC

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

Juros do rotativo caíram para 412,5% ao ano
Juros do rotativo caíram para 412,5% ao ano Marcello Casal Jr/Agência Brasi

A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito caiu pelo segundo mês consecutivo e chegou a 412,5% ao ano, menor nível desde dezembro de 2022. O indicador recuou 6,8 pontos percentuais em de janeiro para fevereiro. A informação consta das Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas nesta terça-feira (2) pelo Banco Central.

Na prática, qualquer dívida no cartão de crédito feita há um ano cresce cinco vezes se o consumidor não pagar a fatura no dia do vencimento.

Por exemplo, o consumidor que devia R$ 800 em janeiro do ano passado precisa desembolsar um adicional de R$ 3.300 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano, totalizando uma dívida de R$ 4.100.

Em dezembro do ano passado, o Conselho Monetário Nacional determinou um limite de 100% para as taxas de juros do rotativo. Essa decisão entrou em vigor este ano e vale para as dívidas contraídas a partir de janeiro. 


Sendo assim, com a nova norma, se a dívida for de R$ 200, por exemplo, o valor total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 400.

Cheque especial

O cheque especial, segunda linha de crédito mais cara disponível no mercado, que está embutida na conta-corrente dos brasileiros, voltou a subir em fevereiro. Os juros médios chegaram a 131,8% ao ano, 6 pontos percentuais a mais do que o registrado em janeiro.


No cheque especial, a mesma dívida do exemplo acima, mantida por um ano sem pagamento, salta para R$ 1.854,40 — um acréscimo de R$ 1.054,40 somente de correção.

As variações ocorrem diante do recente movimento de cortes seguidos da taxa básica de juros. As reduções de 0,5 ponto percentual levaram a taxa Selic a 10,75% ao ano, ante o patamar de 13,75% ao ano, que permaneceu vigente por um ano.


Crédito consignado

Para driblar os índices das modalidades com as maiores taxas de juros do mercado, os consumidores podem aderir ao empréstimo consignado, que oferece desconto direto na folha de pagamento. A taxa da linha de crédito recuou 0,5 ponto percentual em fevereiro e figura em 23,8% ao ano, a menor desde março de 2022 (23,6% ao ano).

Dentro do consignado, as taxas variam entre os grupos de profissionais, com a menor delas cobrada aos beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), 22,8% ao ano. Para os servidores públicos e trabalhadores do setor privado, as cobranças figuram em, respectivamente, 22,9% e 38,7% ao ano.

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