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Preços das importações brasileiras disparam 32,4% em janeiro, diz FGV

Por outro lado, exportações ficaram 13% mais baratas em um ano; Indicadores pesam negativamente para as empresas que dependem do comércio exterior

Economia|Do R7

Volume importado caiu em um ano, mas encomendas ficaram bem mais caras
Volume importado caiu em um ano, mas encomendas ficaram bem mais caras

Os preços das importações brasileiras dispararam 32,4% no primeiro mês do ano sobre igual período de 2021 e voltaram a pesar sobre os "termos de troca", indicador que mede a relação entre o valor das importações e o das exportações, que caiu 13% ante janeiro de 2021, conforme o Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta sexta-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

A balança comercial de janeiro fechou com déficit de US$ 214,4 milhões, como já havia informado o Ministério da Economia, valor ligeiramente abaixo do saldo negativo do primeiro mês de 2021 (US$ 219,8 milhões). O resultado foi obtido mediante alta de 31,4% no valor das exportações e avanço de 30,9% nas importações. Só que o volume das importações caiu 1,4% ante janeiro de 2021, ou seja, o salto no valor total importado se deveu à disparada de 32,4% nos preços, segundo o Icomex.

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"O recuo no volume importado e o aumento nos preços são explicados pelo comportamento das não commodities. O índice de volume desse agregado recuou 4,2% e os preços aumentaram, 30,8%. Observa-se que, enquanto as commodities moldam a trajetória das exportações (participação de 63% no valor exportado de janeiro de 2022), as não commodities explicaram 90% das importações", diz o relatório do Icomex.

A importação de produtos energéticos dos Estados Unidos, com destaque para óleo combustível e gás natural liquefeito (GNL), puxaram o movimento. "Vale ressaltar o aumento do preço de 66% do óleo combustível, o principal produto, seguido do gás natural liquefeito (GNL, 531%). Nos dois casos, os Estados Unidos são o principal fornecedor, explica 61,4% das compras de combustíveis e 81,4% do GNL (aumento de 809%)", continua o relatório.


Segundo a FGV, os Estados Unidos se destacam como fornecedor de energia e a China, de insumos e componentes para a indústria. A China se destaca com vendas de adubos (crescimento de 106% ante janeiro de 2021, embora a Rússia siga como principal fornecedor), medicamentos (aumento de 540% ante um ano antes), compostos orgânicos, equipamentos de telecomunicações e partes para automóveis.

O aumento dos preços de importação, na comparação com os de exportação, vem ocorrendo desde meados de 2021, lembra o relatório do Icomex. Desde então, o índice de termos de troca vem em trajetória negativa.

Para os pesquisadores da FGV, a tendência tende a se manter, diante do cenário para o comércio mundial. As tensões diplomáticas entre a Rússia e os Estados Unidos, em torno das relações da Ucrânia com os países do Ocidente, mantêm pressão nas cotações do petróleo, ao mesmo tempo em que os preços das "commodities" agrícolas exportadas pelo Brasil tendem a se manter elevados, mas sem novas rodadas de grande valorização.

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