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Saída da crise exigirá aprovação de reformas, avaliam economistas

Economistas do Bradesco, Itaú Unibanco e Santander avaliam que governo precisará reduzir despesas para manter inflação e juros baixos

Economia|Márcio Pinho, do R7

Economistas em seminário do Insper nesta segunda-feira
Economistas em seminário do Insper nesta segunda-feira Economistas em seminário do Insper nesta segunda-feira

Economistas dos maiores bancos atuantes no Brasil afirmam que a saída da crise econômica trazida pela pandemia de covid-19 exigirá reformas estruturantes. Eles afirmaram, durante seminário promovido pelo Insper por videoconferência, nesta segunda-feira (8), que será fundamental atacar a despesa do poder público no país para manter as bases da economia, como taxa de juros e inflação baixas.

Ana Paula Vescovi, do Santander, Fernando Honorato Barbosa, do Bradesco, e Mario Mesquita, do Itaú Unibanco, avaliaram que aparentemente o pior momento da crise ficou no mês de abril, e que alguns índices já começaram a melhorar. Avaliam, no entanto, que a evolução da pandemia será fator primordial para determinar a velocidade da recuperação da economia.

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Fernando Honorato afirmou que a reforma tributária, a reforma do Estado brasileiro, e também marcos regulatórios que melhorem o acesso da população a serviços, como saneamento básico, são importantes nesse processo de retomada.

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“Você tem parcelas da sociedade que se apropriam do orçamento, o que torna muito difícil fazer as mudanças. É preciso aproveitar esse movimento de fragilidade fiscal para gente repactuar essa desigualdades e dar flexibilidade ao orçamento”, diz. “Se nós não fizermos isso, as taxas de juros não vão ficar baixas por perigo prolongado, e a recuperação da economia estará sim sob risco”, afirmou.

Ana Vescovi afirmou que os gastos extraordinários que estão sendo feitos com o Orçamento de Guerra para superar a pandemia aumentarão a dívida do país, o que exigirá esforço da população nos próximos anos para pagar a conta.

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“Teremos um novo salto da dívida pública. Em 2011, 2012, ela estava em 50%, depois foi pra 75%. Agora deve dar um novo salto para cerca de 100% do PIB. Isso é muito. Financiar uma dívida mais alta é mais difícil ainda que nós tenhamos o benefício importantíssimo de inflação sob controle e taxas de juros baixas.

Na mesma linha de Honorato, Vescovi afima que a saída da crise passa por "manter o teto e mostrar um compromisso crível". "Não tem bala de prata. Não são só privatizações ou ajuste patrimonial que vão resolver. É preciso um conjunto de medidas", afirma.

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O economista Mario Mesquita, do Itaú Unibanco, afirmou que não será o uso de reservas ou a monetização do Banco Central, ou seja, imprimir dinheiro, que ajudarão o país a sair da crise. “Teremos que tornar o gasto público mais eficiente”, afirma. “É condição necessária para mantermos taxa de juros e inflação baixa no longo prazo”, afirma.

Ele citou alguns números positivos que já apareceram nas últimas semanas, mas ressaltou que a evolução da pandemia será determinante para o cenário econômico. “A gente já teve a alta da Bolsa, voltou a atividade no mercado de capitais, que favorece o financiamento das empresas, então você tem essa perspectiva de retomada. Apoio do governo a informais teve algum efeito também”, diz. “A grande incógnita é o controle da pandemia. Não dá pra pensar numa recuperação forte da economia brasileira com essa dúvida”, diz.

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