Marília mira em enchentes para iniciar a gestão em Contagem (MG)
Candidata eleita pelo PT no segundo turno também vai colocar em pauta o possível retorno das aulas presenciais a partir de fevereiro de 2021
Eleições 2020|Pablo Nascimento, do R7
Marília Campos (PT), prefeita eleita no segundo turno em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, já tem ao menos dois problemas no radar para os quais pretende buscar soluções já nos primeiros dias de mandato: as enchentes na cidade e a suspensão das aulas devido à pandemia de covid-19.
Em entrevista ao R7 nesta segunda-feira (30), um dia após ser eleita com 51,35% dos votos, a psicóloga de 59 anos destacou que a prioridade no momento é garantir acesso a dados da prefeitura que vão embasar as primeiras tomadas de decisão.
— Vou focar na transição, solicitando ao atual prefeito que formalize a transição para que a gente tenha acesso aos dados e, assim, possamos fazer os diagnósticos necessários. Com a questão das chuvas, por exemplo, já podemos ir articulando com a Defesa Social.
Veja: Ida de adversário em seção de petista gera tumulto em Contagem
Sobre o retorno das aulas presenciais, a petista afirmou que sua equipe já elabora um plano de retomada das aulas. Ela espera conseguir a volta ainda no início do ano, a depender do número de casos de covid-19.
— A gente tem a expectativa de que o índice de transmissão esteja sobre controle. Se acontecer, a gente pretende voltar em fevereiro, obviamente em condições seguras.
Ainda sobre a pandemia, perguntada pela reportagem, Marília comentou que ainda não é possível afirmar que o município terá dinheiro para arcar com os curtos de uma vacina para população, caso haja algum problema com as compras do Governo Federal, conforme anunciado pela Prefeitura de Belo Horizonte.
A petista disse que, primeiro, precisa ter acesso aos relatórios financeiros da cidade para avaliar o que pode ser feito. Entretanto,
Relações
Durante a entrevista, Marília pontuou que espera manter “diálogo” com os Governos Federal e Estadual para conseguir atender as demandas de Contagem, mesmo que o presidente Bolsonaro (sem partido) e o governador Zema (Novo) sigam plataforma de governo diferentes das suas.
— Eu acho que o governo vai ter uma relaxa institucional com Contagem e, da nossa parte, será de muito diálogo, como já tive como deputada estadual.
Marília ainda não definiu quem serão seus secretários, mas afirma que a escolha vai ser feita com base na capacidade técnica dos possíveis nomes.
Vitória apertada
Marília, que já esperava uma votação apertada, contou à reportagem que optou por não acompanhar a apuração dos votos em tempo real. Em determinado momento, Felipe Saliba (DEM), candidato derrotado, chegou a ficar na frente por uma diferença de quatros.
— Eu me recusei de ter esse sofrimento de acompanhar as parciais é só comemorei quando saiu o resultado final.
Saliba recebeu 48,65% dos votos e as abstenções somaram 22,94%. Diante dos índices, Marília afirma que vai priorizar uma gestão de “união” para atender as necessidades até mesmo daqueles que não votaram nela.
— Minha mensagem é um chamado para nós nos unirmos e este ser um governo para todos, por Contagem e com Contagem.
Perfil
Formada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Marília Campos foi uma das fundadoras do PT (Partido dos Trabalhadores) na região do Triângulo Mineiro, na década de 1980.
Na carreira política, ela foi eleita vereadora de Contagem em 2000. Em 2004, Marília se tornou prefeita da cidade, sendo a primeira mulher a assumir o cargo. Ela foi reeleita em 2008.
Atualmente a petista ocupava o cargo de deputada estadual, função que já havia exercido durante outros dois mandatos.