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Eleições 2022

Disputas internas nos partidos alteram corrida eleitoral no DF

Solidariedade abandonou campanha de reeleição de Ibaneis Rocha; Marcela Passamani desistiu da corrida à Câmara

Eleições 2022|Jéssica Moura, do R7, em Brasília

Após o fim do período de registro de candidaturas, na semana passada, foi dada a largada nas campanhas eleitorais. No Distrito Federal, a disputa por cargos, lideranças e alianças segue aquecida desde então.

O Solidariedade abandonou o apoio à reeleição do atual governador Ibaneis Rocha (MDB) para compor com o adversário Izalci Lucas (PSDB). Já a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania), cujo partido integra a federal com a sigla de Izalci, decidiu se lançar a distrital.

Impasse jurídico

No início deste mês, o ex-senador Hélio José ingressou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar a troca na direção da executiva regional do Solidariedade, que, em maio, o substituiu na presidência provisória da sigla pelo deputado federal Lucas Vergílio.

Em julho, em convenção partidária, o partido firmou aliança com Ibaneis, em apoio à reeleição do emedebista. Contudo, o ministro Sérgio Banhos acolheu, em decisão provisória, o pedido de Hélio José, que foi reconduzido ao comando do Solidariedade e anulou a nova formação.


Hélio José alegou que não foi oficiado da mudança na direção do partido, fato que seria contrário ao estatuto da sigla. "É essencial a adoção de procedimento prévio para a destituição de comissões provisórias, o que não ocorreu na espécie", escreveu Banhos.

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Com isso, a diretoria foi destituída, e Hélio José, reconduzido ao cargo. Nessa posição, ele trocou o apoio a Ibaneis pela aliança com Izalci e será candidato ao Senado na chapa do tucano. "Nossa nomeação é o que vale. Com Izalci, a gente já tinha um trabalho muito próximo, foi uma questão muito natural", ponderou.


A medida gerou insatisfação entre outros integrantes do partido, que recorreram da determinação judicial. "A gente fez recurso para voltar os compromissos firmados em convenção com Ibaneis. O que ele está fazendo com os 34 candidatos é maldade, está inviabilizando candidaturas. Muitos já fizeram material com Ibaneis", disse o ex-vice-presidente da legenda Elvis Sousa. "Vamos pedir a impugnação da candidatura dele", afirmou.

Desse modo, o tempo de TV (um minuto) a que o Solidariedade teria direito no bloco de Ibaneis será transferido a Izalci. Procurada, a campanha do governador afirmou que o Solidariedade continua na coligação Unidos pelo DF. Quanto à perda de recursos do Fundo Eleitoral, o secretário-geral nacional, Paulo Pequeno, diz que "essa resposta deve ser jurídica". 


Recomposição no PL

A disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados pelo DF é a mais concorrida do país: 204 candidatos disputam as oito cadeiras disponíveis. Contudo, na última quinta-feira (18), a ex-secretária de Justiça do DF Marcela Passamani (PL), uma das postulantes à vaga, abandonou a corrida para apoiar Ibaneis. A saída teria relação com a distribuição do fundo partidário do PL.

Leia tambémEleição para deputado federal no DF é a mais concorrida do país

A ex-ministra Flávia Arruda disputa uma vaga no Senado e pretendia fazer da ex-secretária sua sucessora na Câmara. A filiação de Marcela Passamani ao PL ocorreu em 15 de março, com a presença de Ibaneis e da primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro.

Na esteira da filiação do presidente Jair Bolsonaro à sigla, outros aliados também se inscreveram na legenda e ampliaram o número de candidatos, que disputam ainda uma fatia do financiamento para as campanhas.

Imbróglio no Cidadania

Após travar uma batalha com Izalci pela candidatura ao GDF, a deputada federal Paula Belmonte anunciou, neste fim de semana, que será candidata à Câmara Legislativa (CLDF). Como o prazo para registro de candidaturas já estava encerrado, ela vai ocupar o lugar de outro candidato.

Na semana passada, às vésperas do fim do prazo do registro eleitoral, Belmonte aguardava uma decisão do TSE sobre uma ação movida por ela em que questionava a indicação de Izalci. No entanto, o relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, negou o pedido da deputada.

Com isso, ela estava fora da disputa eleitoral. Na ocasião, Izalci afirmou que a decisão de Lewandowski — que assumiu a vice-presidência do TSE na última terça-feira (16) — mostra que a federação "seguiu todas as normas da legislação eleitoral". O candidato ao Palácio do Buriti declarou: "Tivemos o reconhecimento e o aval da maior corte eleitoral do país".

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