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80 anos da libertação de Auschwitz: sobreviventes serão os únicos a falar na cerimônia

Em decisão inédita, o Museu de Auschwitz opta por focar nos relatos dos sobreviventes

Internacional|Do R7

Sobreviventes do campo de concentração Auschwitz em frente ao portão do antigo local de extermínio
Sobreviventes do campo de concentração Auschwitz em frente ao portão do antigo local de extermínio Reprodução/Wikimedia Commons

O próximo dia 27 de janeiro marca os 80 anos da libertação de Auschwitz. Para o evento deste ano, uma medida inédita foi anunciada: não haverá discursos de convidados, que incluem desde primeiros-ministros até presidentes.

Esta será a primeira vez que o Museu de Auschwitz adota essa regra. A celebração marcará as oito décadas desde o momento em que as tropas soviéticas libertaram o campo de concentração, em 1945.

De acordo com o jornal The Guardian, a única fala será dos sobreviventes do campo de concentração nazista, já que esta provavelmente será a última grande comemoração em que muitos estarão vivos e em condições de viajar.


Piotr Cywiński, diretor-geral do memorial, explicou o motivo da decisão. “Queremos focar nos últimos sobreviventes que ainda estão entre nós, em suas histórias, suas dores, seus traumas, e nas difíceis obrigações morais que nos impõem para o presente”, afirmou.

Influências externas


Alguns fatores políticos podem ter influenciado essa decisão. No início do ano, o vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, Marek Magierowski, sugeriu que as autoridades polonesas poderiam prender o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, caso ele viajasse para a Polônia para a cerimônia, devido a um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI) para sua prisão, relacionado a acusações de crimes de guerra.

Na última quinta-feira (9), no entanto, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, recuou dessa ameaça e anunciou que qualquer político israelense, incluindo Netanyahu, poderá participar da cerimônia sem risco de prisão, apesar da Polônia ser signatária do TPI.


Uma resolução divulgada pelo gabinete de Tusk afirma: “o governo polonês considera a participação segura dos líderes de Israel nas comemorações de 27 de janeiro de 2025 como uma forma de homenagear a nação judaica, cujos milhões de filhos e filhas foram vítimas do Holocausto perpetrado pelo Terceiro Reich.”

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