Após massacre em escola, primeiro-ministro do Paquistão anuncia retorno da pena de morte
Terroristas serão os mais atingidos pela nova medida
Internacional|Do R7
O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, anunciou nesta quarta-feira (17) o fim da suspensão das penas de morte para casos de terrorismo após o massacre taleban que matou ontem 148 pessoas, a maioria criança, em uma escola em Peshawar, informou à Agência Efe uma fonte oficial.
O porta-voz do gabinete do primeiro-ministro, Musaddiq Malik, explicou que Sharif decidiu suspender a moratória de execuções imposta em 2008 pelo anterior Executivo após o massacre de ontem, no qual 132 crianças morreram.
Malik informou que o chefe do Exército, Raheel Sharif, afirmou que a medida será aplicada aos "terroristas" que já foram condenados e cumprem penas de prisão.
"O maior problema que temos agora são os terroristas que foram detidos. Como devemos lidar com eles?", afirmou Sharif em entrevista coletiva após o anúncio do levantamento da moratória.
"Como devem concluir seus julgamentos? Que pena se deve aplicar?", perguntou o governante.
Malala diz estar "de coração partido" com ataque a escola no Paquistão
Após a entrevista coletiva, Sharif se reuniu com os principais partidos políticos para discutir a situação no país depois do ataque que ontem ele mesmo qualificou como "tragédia nacional".
Os tribunais paquistaneses continuam sentenciando à morte, embora as execuções não estão sendo aplicadas desde 2008.
A Anistia Internacional calcula que 8.000 pessoas estão no corredor da morte nas prisões paquistanesas por algum dos 28 delitos para os quais está prevista.
O Paquistão amanheceu hoje de luto, com bandeiras a meio mastro, colégios fechados e o início dos funerais, após uma noite de vigílias e rezas em mesquitas.
O ataque aconteceu ontem em um colégio administrado pelo Exército em Peshawar, deixando um total de 132 estudantes e nove funcionários do colégio mortos, além de 131 feridos. Sete terroristas foram mortos dentro da escola.
O principal grupo taleban paquistanês, o TTP (Tehrik-e-Taliban Pakistan), reivindicou o ataque. A ação foi uma represália às operações militares lançadas pelo governo contra os insurgentes nas zonas tribais de Waziristão do Norte e Khyber.