Após passagem do papa, polícia enfrenta manifestantes no Palácio Guanabara
Internacional|Do R7
Rio de Janeiro, 22 jul (EFE).- Um ferido e cinco detidos é o saldo inicial de um confronto entre policiais e manifestantes perto do Palácio Guanabara, onde aconteceu a cerimônia oficial de boas-vindas ao papa Francisco, da qual participaram a presidente Dilma Rousseff e outras autoridades. Um policial sofreu queimaduras no tórax após receber o impacto de um coquetel molotov e foi transferido "com urgência" a um hospital, informou a Polícia Militar do Rio de Janeiro em sua conta no Twitter. Além disso, cinco pessoas foram detidas, três por portar um coquetel molotov, uma por atirar pedras contra policiais e outra por desacato, de acordo com a mesma fonte. A polícia dispersou com balas de borracha e gás lacrimogêneo os manifestantes após o enfrentamento, ocorrido em uma das ruas bloqueadas pelos soldados para impedir a chegada ao palácio, sede do governo regional, segundo testemunhou um jornalista da Agência Efe. De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", o estudante de Medicina, Fellipe Camisão, disse que atendeu um manifestante baleado na perna direita durante a manifestação. Também pelo Twitter, a PM desmentiu que alguém tenha sido atingido por munição letal. Segundo a "Rede Globo", um de seus veículos foi depredado por manifestantes violentos, que em novos protestos também atacaram carros de outros meios de comunicação. Os participantes do protesto, que reuniu cerca 1,5 mil pessoas segundo a PM, gritaram palavras de ordem contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, queimaram um boneco que o representava e fizeram outras fogueiras na rua. Anteriormente, um grupo de cerca de duas mil pessoas se reuniu em frente ao Estádio das Laranjeiras para defender os direitos dos homossexuais, segundo constatou outro jornalista da Efe. A manifestação, articulada pelas redes sociais, começou no Largo do Machado com representantes do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros), que fizeram um protesto nas escadarias da igreja Nossa Senhora da Glória. Houve um "beijaço gay" e algumas mulheres tiraram peças de roupas, cena que incomodou peregrinos que estavam no local, mas não houve tumulto. "A Igreja discrimina uma parte significativa da população por ser quem é", afirma um panfleto divulgado no perfil do movimento no Facebook. O grupo, que planejava seguir para o Palácio Guanabara, onde a presidente Dilma recebia o papa Francisco, foi impedido por um bloqueio policial na esquina das ruas Álvaro Chaves e Pinheiro Machado. EFE jbl-cma/rsd