Arquiteto aposentado de 80 anos trabalha como empacotador para pagar contas médicas da esposa
Após promessa de cuidar da companheira doente em casa, americano enfrenta dificuldades financeiras e recebe ajuda
Internacional|Do R7

Gary Saling, um arquiteto aposentado de 80 anos que mora em St. George, no estado americando de Utah, precisou voltar a trabalhar como empacotador de compras para conseguir arcar com as contas médicas da esposa falecida.
A dedicação ao cuidado domiciliar de Carol, que sofria de duas formas graves de demência, o deixou financeiramente falido.
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A história do casal é marcada por um amor profundo. Eles se conheceram em 1990, quando se esbarraram em um parque, e logo se casaram. Carol, artista, enfrentou cerca de três anos e meio de sofrimento por causa de paralisia supranuclear progressiva e outras formas de demência, com Gary sempre ao seu lado.
“Senti que tinha prometido a Deus, a ela e à família que nunca a colocaria em um asilo. Eu a mantive em casa até o último dia”, disse Gary em entrevista ao jornal New York Post. Essa promessa, porém, veio acompanhada de altos custos: cerca de US$ 80 mil (cerca de R$ 445 mil) foram gastos com cuidados domiciliares e despesas médicas.
Antes dessa fase difícil, Saling era um arquiteto renomado que trabalhou por décadas em projetos milionários para clientes importantes e teve seu trabalho listado quatro vezes entre os 100 melhores da revista Architectural Digest.

A situação financeira se agravou após a morte de Carol, em 2021, deixando Gary sem economias e com a necessidade de voltar ao mercado de trabalho. Ele começou a trabalhar no supermercado Smith’s Market em dezembro de 2020, cerca de seis meses após a morte da esposa.
Apesar da idade avançada, o trabalho como empacotador tem sido uma forma de manter a mente ocupada e também de criar novas amizades, como com Duana Johnson, que se sensibilizou com sua história e organizou uma campanha para arrecadar dinheiro em seu favor.
A mobilização cresceu após uma reportagem em uma TV local, e até o último domingo já haviam sido arrecadados quase US$ 40 mil (cerca de R$ 222 mil), quantia que deve garantir a aposentadoria de fato de Gary. Johnson destacou que o compromisso e o amor do homem pela esposa comovem muitas pessoas.
“É incrível ver tanta compaixão e amor em nosso país, especialmente quando muitos dizem que isso não existe mais”, afirmou Duana. Ela acredita que as orações de Carol por Gary estão sendo atendidas, pois ele foi um marido dedicado até o fim.
Apesar dos elogios, Gary evita ser visto como herói ou santo. Para ele, apenas cumpriu um voto feito no casamento, cuidando da esposa durante a doença e até o último suspiro. “Foi por amor e compromisso, nada mais”, resumiu.