Ashton se reúne com Mursi para apoiar transição no Egito
Internacional|Do R7
(Atualiza com um comunicado da Presidência egípcia) Cairo, 7 abr (EFE).- A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Catherine Ashton, se reuniu neste domingo no Cairo com o presidente egípcio, Mohammed Mursi, para expressar o apoio europeu à transição rumo à democracia no Egito. Segundo um comunicado da Presidência egípcia, Mursi considerou importante o apoio da União Europeia à transição democrática e ao desenvolvimento econômico no Egito, enquanto Ashton se mostrou satisfeita pelas relações bilaterais nos âmbitos político e econômico. Além disso, ambos responsáveis analisaram o processo de paz no Oriente Médio, acrescentou a nota, que destacou a necessidade de que a UE pressione para que Israel "cumpra seus compromissos internacionais e ponha fim à ocupação" em reconhecimento do direito do povo palestino. Ashton também avaliou a contribuição do Cairo ao cessar-fogo entre as milícias do grupo islamita palestino Hamas e o Exército israelense após a ofensiva militar de novembro na Faixa de Gaza, segundo a Presidência egípcia. Uma porta-voz da delegação da UE disse à Agência Efe que, após a reunião com Mursi, Ashton manteve encontros com líderes da oposição egípcia como Amre Moussa e Mohamed ElBaradei, dirigentes da Frente do Salvação Nacional. A responsável europeia deve se reunir ainda hoje com outros opositores e ativistas egípcios. Segundo um comunicado da UE, antes de partir rumo ao país árabe, Ashton afirmou que é "um momento crítico para a transição egípcia". "Mais do que nunca, a UE como parceira e vizinha tem que dar apoio ao Egito para construir uma democracia profunda e inclusiva, levando em conta os enormes desafios econômicos e políticos do país", explicou. Ashton apontou que trabalhará "duro" no Cairo para "buscar o compromisso de todas as partes para construir confiança e encontrar pontos em comum". Sua visita se produz após os enfrentamentos de ontem em uma cidade ao norte do Cairo entre cristãos e muçulmanos, que deixaram várias vítimas mortais. Hoje é celebrado na catedral de Abassiya, na capital, o funeral de quatro coptas (cristãos egípcios) falecidos nesses choques. Além disso, no sábado, pelo menos 44 pessoas ficaram feridas em choques em três províncias, uma delas Cairo, entre manifestantes e policiais durante os protestos convocados pelo Movimento Jovens do 6 de Abril, um dos instigadores da revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak. Enquanto isso, no plano econômico, o Egito negocia um empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) por uma quantia de US$ 4,8 bilhões, que o ministro do Planejamento e Cooperação Internacional, Ashraf al Arabi, não descartou que possa aumentar pela alta do déficit fiscal no país. EFE mf-bds/ff