Autoridades do Haiti confirmam mortes após forte terremoto
Segundo o diretor da Defesa Civil haitiana, ainda não há um 'balanço preciso' do número de vítimas fatais do tremor
Internacional|Do R7
Um terremoto de magnitude 7,2 sacudiu o Haiti na manhã deste sábado (14), causando mortes e danos a propriedades no sudoeste da ilha, e revivendo memórias terríveis do grande terremoto de 2010.
O terremoto ocorreu por volta das 8h30 (9h30 no horário de Brasília), a 12 km da cidade de São Luís do Sul, localizada a 160 km da capital haitiana, Porto Príncipe, segundo dados do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Um alerta de tsunami foi emitido logo depois pela Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, antes de ser rapidamente levantado.
"Há mortes, eu confirmo, mas ainda não tenho o balanço preciso", declarou à AFP o diretor da Defesa Civil haitiana, Jerry Chandler.
O primeiro-ministro Ariel Henry estava a caminho do centro de operações de emergência nacional em Porto Príncipe e deve falar em uma entrevista coletiva, acrescentou Chandler.
Casas desabadas
O tremor foi sentido em todo o país e danos materiais já foram registrados em várias cidades, segundo imagens postadas nas redes sociais por testemunhas no sudoeste da ilha.
"Eu estava dentro da minha casa quando tudo começou a tremer, estava perto de uma janela e vi todas as coisas caindo", relatou à AFP Christella Saint Hilaire, de 21 anos, que mora perto do epicentro do terremoto.
"Um pedaço de parede caiu nas minhas costas, mas não me machuquei muito", continuou a jovem. "Várias casas desabaram completamente", assegurou.
Em vídeos compartilhados online, os residentes filmaram as ruínas de vários edifícios de concreto, incluindo uma igreja em que uma cerimônia aparentemente estava acontecendo na manhã de sábado na cidade de Les Anglais, 200 quilômetros a sudoeste de Porto Príncipe.
O país mais pobre das Américas ainda se lembra do terremoto de 12 de janeiro de 2010, que devastou a capital e várias cidades do interior. Mais de 200 mil pessoas morreram e mais de 300 mil outras ficaram feridas no desastre.
Mais de um milhão e meio de haitianos ficaram desabrigados, colocando as autoridades e a comunidade humanitária internacional diante do desafio colossal da reconstrução de um país sem registro de terras ou normas para uma construção segura.
Sem conseguir enfrentar este desafio de reconstrução, o Haiti, que também é regularmente atingido por furacões, mergulhou em uma crise sociopolítica aguda.