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Brasil pode estar do lado oposto ao da maioria da comunidade global, diz porta-voz da Casa Branca

Fontes dentro da diplomacia americana não teriam gostado de comentários de Jair Bolsonaro durante visita a Vladimir Putin

Internacional|

Jair Bolsonaro, ao lado de Vladimir Putin, durante visita oficial à Rússia
Jair Bolsonaro, ao lado de Vladimir Putin, durante visita oficial à Rússia Jair Bolsonaro, ao lado de Vladimir Putin, durante visita oficial à Rússia

O Brasil pode estar do outro lado da comunidade global, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, após ter sido questionada nesta sexta-feira (18) sobre a visita do presidente Jair Bolsonaro à Rússia em meio às tensões diplomáticas internacionais diante de uma eventual invasão da Ucrânia por aquele país.

A representante do governo dos EUA foi indagada sobre o encontro de Bolsonaro com o presidente russo, Vladimir Putin, no qual o chefe de Estado brasileiro expressou solidariedade àquele país. Ela foi questionada sobre se o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se sentiu traído pelos comentários do presidente brasileiro e de que forma isso afeta a relação dos EUA com o Brasil.

"Eu não discuti seus comentários com o presidente, mas o que eu diria é que a grande maioria da comunidade global está unida em sua visão compartilhada de que invadir outro país, tentar tomar algumas de suas terras e aterrorizar seu povo é algo que certamente não está alinhado com valores globais, então acho que o Brasil pode estar do lado oposto àquele onde a comunidade global está", respondeu Psaki.

Reação anterior

Na véspera, já tinha ocorrido uma forte reação do governo americano em relação à visita de Bolsonaro à Rússia.

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A dura declaração do Departamento de Estado dos EUA sobre o encontro do presidente com Putin foi recebida com surpresa pelo governo brasileiro, em razão do tom e do método utilizados, mas não há intenção de dar uma resposta aos americanos, disseram à Reuters fontes da diplomacia brasileira.

A declaração de um porta-voz do Departamento de Estado chegou a jornalistas na noite desta quinta-feira (17), mas não foi repassada ao governo brasileiro pelos canais diplomáticos, nem ao menos por uma conversa entre diplomatas, disse uma das fontes. 

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"Como iríamos responder a um texto que não temos? E de autoria atribuída?", disse uma das fontes. "Nossos contatos com o Departamento de Estado são assíduos e sempre amistosos, sobre temas da agenda de trabalho. Não são pautados por declarações anônimas circuladas na imprensa."

Na declaração, o Departamento de Estado afirma que foi criada uma "falsa narrativa" de que o governo americano estaria tentando fazer com que o Brasil tivesse que escolher um lado entre EUA e Rússia.

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"Esse não é o caso. Essa é uma questão de o Brasil, como um país importante, parecer ignorar uma agressão armada de uma grande potência contra um país vizinho menor, uma postura inconsistente com a ênfase histórica do Brasil na paz e na diplomacia", diz a declaração.

"O timing do presidente do Brasil para expressar solidariedade à Rússia, conforme as forças russas estão se preparando para lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ser pior", acrescenta.

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"Isso enfraquece a diplomacia internacional, direcionada a evitar um desastre estratégico e humanitário, assim como os próprios apelos brasileiros para uma solução pacífica para a crise."

O texto, vários tons acima do que normalmente é usado em comunicações diplomáticas, irritou o Itamaraty, e não há intenção de procurar os americanos para pedir explicações ou tentar pavimentar uma nova conversa.

Na quarta-feira (16), no primeiro encontro com Putin, Bolsonaro afirmou, ao lado do presidente russo, que o Brasil era "solidário à Rússia". Depois, durante declaração à imprensa, também ao lado de Putin, fez um ajuste: "Somos solidários a todos aqueles países que querem e se empenham pela paz".

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