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Brasileiros separados da família nos EUA não voltam tão cedo ao país

Consulados do Brasil nos EUA têm dificuldades até de identificar as 49 crianças e adolescentes que estão detidas em abrigos nos EUA

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Longe dos pais, 49 crianças e adolescentes brasileiros estão em abrigos nos EUA
Longe dos pais, 49 crianças e adolescentes brasileiros estão em abrigos nos EUA Longe dos pais, 49 crianças e adolescentes brasileiros estão em abrigos nos EUA

Os 49 jovens brasileiros que foram separados de seus pais nos Estados Unidos podem demorar algum tempo para voltar para o Brasil. A previsão foi feita pelo cônsul brasileiro em Houston, Felipe Santarosa, em entrevista ao R7.

O diplomata explicou ser praticamente impossível que as crianças sejam deportadas e enviadas de volta ao Brasil sem os pais ou responsáveis. Portanto, esses jovens, provavelmente, terão que esperar todo a tramitação do processo criminal que seus pais enfrentam e da deportação para voltar ao Brasil.

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Uma das possibilidades avaliadas pelo governo brasileiro é tentar identificar se essas crianças e jovens já possuem alguma família nos Estados Unidos para abrigá-la durante o período em que os pais estão presos. Essa era uma prática comum antes da implementação da política de "tolerância zero" de Donald Trump.

"Isso já era feito antes, então acreditamos que para quem tem parente nos Estados Unidos seria possível fazer isso agora", diz.

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O governo brasileiro, segundo Santarosa, está preocupado em reunir as famílias e, depois, garantir que as crianças e adolescentes voltem ao Brasil quando a deportação dos pais aconteça.

Existem casos de mães da América Central que foram deportadas, mas seus filhos continuaram sob a tutela do governo dos Estados Unidos.

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Dificuldade na identificação

Santarosa contou ao R7 que os consulados brasileiros nos Estados Unidos também encontram dificuldades para identificar os jovens e suas famílias, já que a lista enviada pelo governo norte-americano tem apenas indicações dos abrigos e o número de brasileiros que estariam ali.

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Nem mesmo o nome dos possíveis brasileiros constam na lista elaborada pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA.

"Temos cerca de 10 crianças identificadas com os pais também identificados do outro lado", conta.

O diplomata especifica que a identificação dos jovens é um processo complexo. "Temos que ligar pra cada orfanato, falar com os assistentes sociais, perguntar se tem brasileiros ali, qual é o nome, se consegue falar, se consegue chamar a mãe e depois ir com a polícia identificar o pai e a mãe. É um trabalho imenso, tem que ser feito um por um e depois encontrando, você coloca as famílias em contato, pelo menos".

Prisão pode ser longa

No momento em que o imigrante ilegal é preso nos Estados Unidos, a polícia pergunta se a pessoa tem medo de voltar ao país natal, assim, ao menos na teoria, seria um cidadão habilitado a solicitar asilo nos Estados Unidos.

No entanto, cada vez menos o governo norte-americano tem concedido asilo para brasileiros, já que, na maioria das vezes, esse pedido envolve algum tipo de perseguição política. Logo, mesmo que o cidadão informe que tem medo de voltar ao Brasil, a pessoa será deportada da mesma forma.

De acordo com Santarosa, os brasileiros podem estar sendo erroneamente aconselhados pelos coiotes — os "atravessadores" que levam imigrantes do México para os EUA — a dizerem que sentem medo de retornar ao país. Fazendo isto, o processo de deportação pode se arrastar de seis meses a um ano.

O cônsul também diz que cada vez mais brasileiros têm seus documentos apreendidos no momento da prisão e que, mesmo depois de encerrados os processos, eles não são devolvidos. Assim, o consulado precisa providenciar novos documentos para a pessoa, o que pode atrasar ainda mais o processo.

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