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EUA: Conheça histórias de crianças separadas de pais imigrantes

Jovem brasileiro autista longe da avó, bebês em orfanato e caso de suicídio são algumas das histórias que põe em xeque política de imigração de Trump

Internacional|Beatriz Sanz e Cristina Charão, do R7

Quase 2 mil crianças e adolescentes imigrantes foram separadas dos familiares nos EUA
Quase 2 mil crianças e adolescentes imigrantes foram separadas dos familiares nos EUA Quase 2 mil crianças e adolescentes imigrantes foram separadas dos familiares nos EUA

Criança com Down separada da mãe, brasileiro autista longe da avó e até caso de suicídio são algumas das histórias que vieram à tona nos últimos dias e colocaram as políticas de imigração do governo de Donald Trump em xeque.

A "tolerância zero" adotada nos últimos meses resultou em ocorrências trágicas que pressionam o presidente dos Estados Unidos e seus aliados.

Conheça alguns dos casos mais chocantes.

Bebês enviados para orfanatos

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Nesta quarta-feira (20), a agência de notícias Associated Press denunciou que o governo dos Estados Unidos tem enviado bebês e crianças pequenas que foram separadas de seus pais na fronteira com o México para três orfanatos ao sul do Texas.

A reportagem diz que advogados e médicos que visitaram os abrigos descreveram cômodos inteiros cheios de crianças chorando — e a administração Trump planejaria abrir um quarto orfanato em Houston, capital do Texas, para abrigar ainda mais bebês.

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Pai comete suicídio

O imigrante hondurenho Marco Antonio Muñoz cometeu suicídio ao ser separado de sua família.

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O homem de 39 anos estava tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos, para depois pedir asilo. Ao chegar no país, no dia 13 de maio, ele foi separado de sua esposa e de seu filho de 3 anos.

Um agente da patrulha de fronteira falou em condição de anonimato ao jornal The Washington Post e disse que foi necessário o uso de força física para tirar o filho do colo de Muñoz.

Depois disso, o imigrante foi detido em uma cela de detenção provisória. Como ele estava muito agitado, ele foi transferido para outra prisão, onde poderia ser colocado na solitária.

Durante a transferência, ele tentou fugir duas vezes, mas foi recapturado.

Apesar de ter sido colocado em uma sala isolada e ter monitoramento dos guardas a cada meia hora, Muñoz foi encontrado morto na manhã seguinte, com uma peça de roupa enrolada no pescoço e pendurada em um duto da cela.

A morte do imigrante não foi divulgada pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e nem foi veiculada nenhuma notícia sobre o caso nos jornais locais, até ser denunciada ao The Washington Post.

Enquanto os especialistas de direitos humanos fazem conjecturas sobre a situação das crianças, quase nada é dito sobre como a separação forçada pode impactar o estado psicológico e a saúde mental dos pais imigrantes.

Avó brasileira separada de neto autista

Outros casos que chamam a atenção é a separação de crianças doentes de seus pais e responsáveis. Uma dessas histórias, inclusive, envolve uma família brasileira.

Maria Bastos foi separada de seu neto Matheus da Silva Bastos, que sofre de autismo severo e epilepsia. Os dois estão separados há mais de 10 meses, segundo seu advogado, ou seja, desde antes da implantação da política de tolerância zero, que teve início em maio.

Atualmente, neto e avó estão em lados opostos dos Estados Unidos. Enquanto Maria está presa no Texas, na fronteira com o México, Matheus está em Connecticut. São cerca de 3 mil quilômetros de distância.

O advogado de Maria, Eduardo Beckett, afirmou ao R7 que "é uma situação parecida com tortura".

Mãe mexicana separada da filha com síndrome de down

O caso de Maria é muito parecido com o de uma mãe mexicana que, na teoria, também não foi afetada pela “tolerância zero”, mas na prática foi separada da sua filha de 10 anos de idade que possui Síndrome de Down.

A mãe, que não foi identificada, foi presa com seus cinco filhos e admitiu estar ilegalmente nos Estados Unidos. Mas três das crianças são cidadãs americanas porque o pai também é um cidadão americano.

Essas três foram liberadas e estão na casa de uma tia. As outras duas estão detidas separadas da mãe.

No entanto, a mãe não será processada. Ela está sendo mantida presa para testemunhar em um caso de contrabando.

As crianças que estão detidas são cidadãs mexicanas. Segundo a rede de TV CNN, o pai já acionou advogados para liberar a mãe e as crianças.

Durante um debate na Fox News, o chefe da campanha de Donald Trump, Corey Lewandowski, fez pouco caso da situação da garota com Síndrome de Down.

Outros casos

Desde que a política de tolerância zero com a imigração ilegal foi instaurada e os pais começaram a ser processados sumariamente, outros casos tão complicados quanto tem surgido.

Um grupo de irmãos brasileiros, que estão em um abrigo em Tucson, foram proibidos de se abraçar e de ter aulas de inglês com professores que falassem português para não ter "tratamento preferencial".

Já uma mãe da Guatemala foi deportada, enquanto seu filho de 8 anos continua no abrigo nos EUA.

Na segunda-feira, a Secretária de Segurança Interna dos EUA, Kirstjen Nielsen, diminuiu os impactos da separação familiar, negando que a separação das crianças dos pais seja um abuso infantil, porque "damos a eles cuidados médicos. Eles têm vídeos e TVs".

Agora, o presidente norte-americano Donald Trump se prepara para assinar um documento que proíbe a separação de pais e filhos. Não está claro, ainda, se a medida irá alcançar também as cerca de 2 mil crianças e adolescentes que estão sendo mantidos em abrigos, separados dos familiares. Há ainda outros milhares que também estão detidos por atravessarem as fronteiras ilegalmente e desacompanhados.

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