Um britânico de 31 anos escapou por pouco da tragédia aérea da Air India ao decidir adiar seu voo de volta para casa. Owen Jackson, morador de Essex, na Inglaterra, deveria embarcar no mesmo avião que caiu logo após a decolagem em Ahmedabad, na Índia, na quinta-feira (12) matando 241 pessoas. O detalhe mais surpreendente: Owen estava originalmente reservado para o assento 11A — exatamente o mesmo ocupado pelo único sobrevivente da queda.O acidente ocorreu na manhã da última quinta-feira (12), quando o voo AI171 da Air India caiu poucos minutos após deixar o Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel. A aeronave, um Boeing 787 Dreamliner, transportava 242 pessoas, entre elas 53 cidadãos britânicos, 159 indianos, sete portugueses e um canadense. Onze crianças estavam a bordo, incluindo dois recém-nascidos.Owen estava na Índia a trabalho e inicialmente voltaria na quinta, mas compromissos profissionais o fizeram reagendar a passagem para sábado (14). A sugestão partiu de colegas, e ele acatou sem imaginar o impacto dessa decisão. Ele só soube do acidente horas depois, quando finalmente acessou o celular e viu as mensagens aflitas da esposa, Phillipa.Durante essas horas de silêncio, Phillipa viveu momentos de angústia. Professora, ela estava em sala de aula quando soube do desastre e não conseguia confirmar o paradeiro do marido. “Eu tentava não demonstrar para os alunos o que estava sentindo”, contou ao tabloide inglês The Sun. “Foi devastador. Só chorava de forma aleatória nos dias seguintes.”A coincidência com o assento 11A só veio à tona mais tarde. Era o mesmo ocupado por Vishwash Kumar Ramesh, o único sobrevivente da tragédia. Ramesh, de 40 anos, também britânico, conseguiu sair do avião andando, com ferimentos nos pés, tórax e olhos. Ele viajava de volta para Leicester após visitar familiares.Imagens impressionantes circularam nas redes mostrando Ramesh deixando o local do acidente, cambaleante entre os escombros. A aeronave caiu sobre uma área residencial que abrigava um albergue de médicos. As autoridades indianas confirmaram no domingo a recuperação da segunda caixa-preta, o gravador de voz da cabine (CVR). Com isso, esperam entender com mais clareza o que levou à falha catastrófica. A outra caixa-preta, o gravador de dados de voo, já havia sido localizada um dia após o acidente.