Candidato à presidência é sepultado após homenagem pública no Equador

Fernando Villavicencio, assassinado na última quarta-feira, foi enterrado em Quito, na noite desta sexta (11)

12/08/2023 - 10h21 (Atualizado em 29/03/2024 - 08h30)

O corpo do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, morto a tiros na última quarta-feira (9), foi sepultado nesta sexta-feira (11), em Quito, após uma homenagem de centenas de apoiadores, que pediram justiça.

O enterro, privado, aconteceu à noite, na presença de poucas pessoas, em um cemitério do norte da capital. Antes, o caixão com o corpo foi levado para o auditório de um centro de exposições, em meio a denúncias dos irmãos do candidato de que não foram autorizados a participar do velório íntimo devido a diferenças familiares.

No local das homenagens, apoiadores de Villavicencio agitavam pequenas bandeiras do Equador, que enfrenta uma onda de violência ligada ao narcotráfico. Grandes faixas com o rosto do político foram colocadas nas paredes. "Meu poder na Constituição", dizia uma faixa presidencial simbólica colocada sobre o caixão, coberto com a bandeira nacional.

Um telão exibia vídeos do candidato em sua campanha para as eleições gerais antecipadas de 20 de agosto, nas quais ele aparecia como segundo colocado nas intenções de voto. "Anteontem crivaram a democracia, mutilaram parte da luta contra a corrupção", disse seu chefe de campanha, Antonio López.

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Policiais equipados com fuzis transportaram o caixão, que avançou em meio a um forte esquema de segurança.

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"Lutarei até identificar os culpados e não deixar isto impune", prometeu o jornalista Christian Zurita, com quem Villavicencio conduziu uma investigação que levou ao banco dos réus o ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), condenado à revelia a oito anos de prisão por corrupção.

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Villavicencio era ex-membro da Assembleia Nacional, dissolvida por Lasso em maio para pôr fim a uma "crise política grave", o que deu lugar a eleições antecipadas. Tamia, 27, filha do candidato, lembrou a última conversa que teve com o pai, que a incentivou a estudar música.

"Com lágrimas nos olhos, ele nos disse: 'Fui mais do que imaginava'", contou Tamia. Fora do velório, ela cantou uma música em memória de seu pai. "Ele nos ensinou a viver sem medo, que isso seja a nossa maior proteção na vida", lembrou.

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Nesta imagem, uma simpatizante de Villavicencio se desespera do lado de fora da clínica para onde foi levado o político depois do atentado que tirou a vida dele

Um dos policiais destacados para fazer a segurança do candidato também foi atingido pelas rajadas de tiro dos criminosos. Na foto, ele aparece amparado por apoiadores do então presidenciável

Pelo menos nove pessoas ficaram feridas em decorrência do ataque. Na foto, uma mulher que ajudava na campanha de Villavicencio se apavora ao ver colegas baleados

Um dos suspeitos do atentado foi preso e imobilizado, mas a maior parte dos sicários fugiu

A multidão iniciou uma correria desesperada para se proteger dos disparos de metralhadoras dos criminosos

Imagem mostra os apoiadores de Villavicencio tentando se abrigar e evitar os tiros num momento de desespero

A facção criminosa que assumiu a autoria do atentado, chamada Los Lobos, é a segunda maior do Equador. Os bandidos do grupo prometeram continuar com os ataques

"Cada vez que os políticos corruptos não cumprem com suas promessas que estabelecemos quando recebem nosso dinheiro, que são milhões de dólares, para financiar suas campanhas, serão dispensados", disse o grupo Los Lobos

Os feridos foram levados para um pronto-socorro local, mas o então candidato já chegou sem vida

Ao fugirem, os atiradores deixaram uma granada para trás que, aparentemente, não explodiu. As forças de segurança foram obrigadas a fazer uma explosão controlada para acabar com o risco que o artefato oferecia

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