Logo R7.com
RecordPlus

Cientistas encontram ‘chiclete’ mastigado há 5.000 anos; o que isso significa

Estudo revela hábitos alimentares, divisão de tarefas e até indícios de higiene nas primeiras comunidades agrícolas da Europa

Internacional|Do R7

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Cientistas descobriram resina de bétula mastigada na Europa, com mais de 5.000 anos.
  • A análise revela hábitos alimentares e divisão de tarefas nas comunidades agrícolas do Neolítico.
  • O piche de bétula, considerado o material sintético mais antigo, tinha múltiplos usos, incluindo colar ferramentas e higiene bucal.
  • Marcas de mastigação indicam funções sociais ou rituais associadas ao ato de mascar.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Pedaço de resina de bétula analisado pelos pesquisadores Divulgação/Universidade de Copenhague

Cientistas descobriram na Europa pedaços de resina de bétula mastigados há mais de 5.000 anos – uma espécie de “chiclete” pré-histórico que nos ajuda a entender como viviam as primeiras comunidades agrícolas do continente.

A equipe, liderada por Hannes Schroeder e Anna White, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, analisou 30 artefatos de alcatrão de bétula encontrados em nove sítios arqueológicos nos Alpes e regiões vizinhas.


Para isso, os cientistas combinaram técnicas de análise química e sequenciamento de DNA antigo, identificando restos genéticos humanos, microbianos, vegetais e animais preservados no material.

Leia mais

O que o ‘chiclete’ revelou

As análises mostraram que o piche de bétula foi amplamente usado no Neolítico para colar ferramentas de pedra, reparar cerâmicas e, em alguns casos, mascar como goma. Marcas de dentes e DNA microbiano oral indicam que a substância foi mastigada e, em alguns casos, por mais de uma pessoa.


O material continha resíduos de plantas e animais, como trigo, cevada, ervilhas, avelãs, papoulas, peixes de água doce, ovelhas e javalis. Esses dados ajudaram os cientistas a reconstruir hábitos alimentares e contextos de caça, pesca e agricultura.

Além disso, o DNA humano permitiu identificar homens e mulheres entre os usuários, sugerindo uma possível divisão de tarefas nas comunidades agrícolas da época. Segundo os pesquisadores, isso fornece pistas sobre organização social e práticas culturais no Neolítico.


Material multifuncional e tecnológico

De acordo com o estudo, publicado na última quarta-feira (15) na revista científica Proceedings of the Royal Society B, o piche de bétula é considerado o material sintético mais antigo conhecido.

Ele era produzido a partir do aquecimento da casca da árvore e tinha múltiplos usos. Em alguns casos, os cientistas encontraram misturas com resina de coníferas, o que modificava as propriedades do material para diferentes finalidades – como aderência ou flexibilidade.


A análise mostrou também que o alcatrão usado para reparar cerâmicas havia sido aquecido repetidamente, possivelmente durante o cozimento de alimentos.

que o piche de bétula podia ser usado para higiene bucal ou alívio de dores dentárias. Agora, com a confirmação do DNA microbiano oral, os cientistas confirmam essa hipótese e levantam a possibilidade de que o ato de mascar tivesse funções sociais ou rituais.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.