A possível derrota do partido de Donald Trump, nas eleições parlamentares do próximo dia 6 de novembro, tem um ingrediente a mais do que os que tradicionalmente mobilizam as preocupações de um presidente dos Estados Unidos.
Se antecessores como George W. Bush e Barack Obama buscaram minimizar a derrota, tentando aprovar projetos antes do pleito, Trump tem uma missão a mais: pelo menos perder de pouco para evitar um provável pedido de impeachment em caso de vitória expressiva dos democratas.
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Tudo depende das investigações do procurador Robert Mueller, em relação a uma possivel influência russa, por meio de hackers, nas últimas eleições presidenciais.
A ação russa teria prejudicando a candidata democrata Hillary Clinton em benefício do republicano.
Segundo o jornal Washington Post, a CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, acredita que houve interferência da Rússia no pleito, o que ajudou Donald Trump a vencê-lo. Mas o presidente nega ter tido qualquer conhecimento a respeito desta situação.
Investigação e eleição
A professora de História da Universidade de Nova York, Barbara Weinstein acredita que tal situação pode ter repercussão nas próximas eleições. Resta saber em qual intensidade.
"Acho que depois das eleições existe maior possibilidade (de impeachment). Na Câmara dos Representantes os democratas devem vencer. Mas se conseguirem garantir maioria no Senado, o que é muito difícil por causa da matemática da situação, aí um movimento para impeachment será muito provável."
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Mueller, que é procurador especial do Departamento de Justiça americano, pode ter novidades que ainda não foram reveladas, segundo Weinstein.
"Ainda não sabemos tudo que vem sendo investigado pelo Robert Mueller e tudo o que ele tem na manga, sobre a questão das eleições. Acho que existe possibilidade de impeachment, mas acho difícil agora isso acontecer, especialmente antes das eleições de novembro porque obviamente os republicanos não querem perder o controle do Congresso."
Projetos aprovados antes da eleição
Como outros presidentes, Trump buscou aprovar a maioria de seus projetos, chegando a 107 até o início do ano, antes destas eleições.
Mesmo sendo em uma quantidade menor do que a de Barack Obama (124) e George W. Bush (118), segundo o site independente GovTrack, que acompanha as movimentações do Congresso americano, houve temas relevantes incluídos, como a saída do TPP (Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica), que estavam em sua agenda de campanha.
Por outro lado, o fato de os próprios republicanos, em grande quantidade, terem rejeitado as mudanças propostas por Trump no programa de saúde Obamacare, no Senado, serve de um sinal de alerta de que o apoio ao presidente, apesar de existente, não é garantido.
A política de 'tolerância zero' na fronteira dos Estados Unidos com o México, adotada a partir de abril, já resultou em mais de 2 mil crianças sendo separadas de seus pais após as famílias entrarem ilegalmente em território norte-americano. Imagens como a desta menina hondurenha de 2 anos chorando enquanto sua mãe é revistada pela patrulha de fronteira tomaram conta do noticiário nos EUA e a administração Trump está sob críticas de opositores e até do próprio partido