Em meio a tensão e inflação, Venezuela vai às urnas no domingo
O último comício de Maduro, candidato à reeleição por mais seis anos, contou com a presença do craque argentino Diego Maradona
Internacional|Ansa Brasil
As conturbadas eleições presidenciais venezuelanas acontecem no próximo domingo (20), em um cenário de crise e tensão.
O atual líder do país, Nicolás Maduro, é candidato à reeleição e tenta renovar seu mandato por seis anos. Seu último comício foi realizado nesta quinta-feira (17), com a presença do ex-craque argentino Diego Maradona. A oposição prega o boicote à corrida presidencial.
No entanto, essa posição não é unânime entre todas as forças anti-Maduro. O principal adversário do presidente é o dissidente chavista Henri Fálcon, hoje filiado ao partido de centro-direita "Avançada Progressista". Ele decidiu romper o boicote pregado pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição e impedida de apresentar um candidato.
Além deles, estão na disputa o pastor Javier Bertucci e o postulante mais "discreto" da corrida, Reinaldo Quijada. O maior desafio que o futuro presidente enfrentará é a crise econômica no país, com uma inflação que atinge os 700%.
Nesta semana, a empresa de alimentos dos Estados Unidos Kellogg's encerrou suas atividades no território venezuelano, devido à "degradação" de sua economia. Outro ponto crítico é o alto índice de evasão de cidadãos venezuelanos. De acordo com uma pesquisa da Organização Internacional para as Migrações (OIM), 1,6 milhão de habitantes vivem fora do país.
Neste contexto, o governo Maduro decidiu fechar as fronteiras venezuelanas até a próxima segunda-feira (21). O pleito também ocorre em meio ao temor da abstenção de votos, a suspeitas de fraude e à violência em centros de detenção. Nesta semana, pelo menos dois confrontos ocorreram em cadeias que abrigam prisioneiros políticos.
Ainda que as eleições ocorram no domingo, o eleito iniciará seu mandato somente em 2019.