Em novo dia de protestos, polícia do Rio reprime manifestantes na Prefeitura
Internacional|Do R7
(Atualiza com declarações de manifestantes). Luisa Dalcin, Táia Rocha e Ricardo Diniz. Rio de Janeiro, 20 jun (EFE).- Centenas de milhares de pessoas saíram de novo às ruas em todo o Brasil nesta quinta-feira para exigir melhores serviços públicos, entre outras reivindicações, após a revogação ontem em algumas cidades do aumento da tarifa do transporte público, o motivo inicial dos protestos. Convocados pelas redes sociais, os manifestantes responderam em massa à convocação em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Brasília. No Rio, estavam reunidas cerca de 300 mil pessoas, segundo cálculos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um número três vezes maior que o do grande protesto que tomou a Avenida Rio Branco na segunda-feira. Dessa vez, a multidão caminhou pela Avenida Presidente Vargas, em direção à sede da Prefeitura. Era possível ver bem mais placas em inglês, o que demonstra que as pessoas já saíram preparadas para a repercussão internacional. Nessa ocasião, também havia muitos mais cartazes contra a PEC37, que eram mais tímidos até a última manifestação. Em carros de som, os manifestantes também convocavam uma greve geral. Na sede do governo municipal, os manifestantes foram recebidos por bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral da polícia. Nesse momento, segundo a reportagem da Agência Efe pôde constatar no local, várias pessoas abandonaram o protesto e partiram no sentido contrário. "Estava tudo tranquilo e pacífico, até que chegou um grupo de mascarados, com um líder que chamava para a baderna. Aí começaram a quebrar coisas e subir nos pontos de ônibus", declarou o contador Márcio Soares à Efe. "Estávamos em paz e a polícia vinha avançado, com tiros de borracha e bombas de gás, não tínhamos pra onde fugir", acrescentou o estudante Olavo Bianchini. As pessoas que optaram por deixar o protesto saíram da manifestação sem pânico e cantando o hino nacional a plenos pulmões. Os manifestantes que permaneceram jogaram pedras contra os policiais e incendiaram algumas latas de lixo na Presidente Vargas. No confronto, a polícia usou um caveirão como escudo de proteção e dispara balas de borracha, enquanto um grupo usava tapume como escudo para se proteger das bombas jogadas pelos agentes. Um grupo de estudantes denunciou à Efe que alunos do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS-UFRJ) foram agredidos por outros manifestantes com pedradas por estarem levando bandeiras de partidos políticos. Disseram também que skinheads presentes no protesto atacavam, com estiletes, pessoas que estavam vestidas de vermelho. Após o confronto na Prefeitura, vários manifestantes invadiram o Terreirão do Samba, também no Centro da Cidade, e depredaram o local, acendendo várias fogueiras. Esses princípios de incêndio já foram controlados, mas ainda há alguns focos de fogo espalhados pela Presidente Vargas. Na capital carioca, também houve manifestações no jogo entre Espanha e Taiti, realizado no Maracanã. "Queremos escolas e hospitais de padão Fifa", era a mensagem em um dos cartazes dentro do estádio. "Nossa luta não acabou, junte-se a nós, companheira", dizia outro com a foto da presidente Dilma Rousseff. Até o momento, a manifestação não chegou do lado de fora do Maracanã, mas policiais militares ainda fazem um cordão de isolamento no estádio. EFE tr-ld-rsd/rd (foto)(vídeo)